terça-feira, 30 de dezembro de 2008

"tim tim"


Enfim. É o fim de 2008. E o início de 2009. E o que desejamos?

Aos escritores, a inspiração.
Aos românticos, o amor.
Aos maus, a bondade.
Aos bons, a maldade.
Aos indiferentes, um abraço.
Aos solitários, a companhia.
Aos eternos vencedores, a glória do chorar.
Aos tristes, a alegria.
Aos mortos, lembranças.
Aos vivos, juízo e saúde.

Beijos e abraços! Ou ósculos e amplexos, se preferirem.

Votos do Caffe au Leit.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Erupção


Meu pensamento está debaixo da sua saia. E eu não consigo me controlar. Minhas mãos querem rasgar esse pedaço de pano que cobre o seu corpo. Seu corpo que tem cheiro de vodka e mel. Meus dedos impulsivos querem desenhar sua panturrilha, suas coxas e sua virilha.

Você pensa que eu vou desistir fácil. Mas não. Vou respirar ofegante próximo ao seu pescoço. Feche os olhos, se arrepie. Eu vou te provocar. Você suspira. Eu me calo. Você suspira novamente. E devagar... Devagar eu vou avançando.

Você faz todo esse charme dizendo que não me quer. Faz de conta que é indiferente aos meu ombros largos e meus lábios grandes e sedentos. Cruza as pernas com a sensualidade que é só sua, mostrando detalhes dessas suas pernas pecaminosas. Mas o que voce quer mesmo é subir em mim. Impôr seus seios em minhas mãos, em meu rosto. Eu consigo interpretar cada reação sua. O seu desejo é de lamber o meu corpo. Sugar o meu sangue. Comer os meus olhos. Pisar meu abdomen. Morder minhas orelhas. Sentar sobre as minhas pernas.

Isso. Me olha como quem só pensa em transar, e gritar. Pra você nem de roupa eu estou mais. Estou de cueca branca e você quer me morder todo. Me enxarcar com seu suor até salgar minha alma e me marcar como despojo de sua conquista tarada. Safada.

Você inspira pecado. Entre nós, carnal. Atração física. Sem palavras. Só desejo. Incontrolável.

suspiros...

domingo, 21 de dezembro de 2008

Caronas Numa Viagem sem Rumo


* Apenas Uma história *


- O trecho que sai da cidadela pés-rosados partindo em direção ao oeste do país, passando por outros dois estados litorâneos está em ótimas condições.

Era o que dizia uma estação de rádio AM. Ouvi isso enquanto eu saia das redondezas da minha cidade e tentava sintonizar uma boa rádio para poder ouvir durante a viagem.
Minha única mala estava no branco traseiro.

Sentado no banco ao lado estava Charlie, com a cara para fora da janela. Era a nossa primeira viagem juntos. Sobre o porta luvas estava o mapa que iria me guiar. Eu nunca tinha saído do país antes, e aquele caminho era desconhecido. Na rádio tocava um jazz contemporâneo, uma música que eu conhecia.
Não sabia ao certo o quanto duraria a viagem, por isso estava atencioso para não passar sem perceber da pousada.
Desconhecia, mas a partir daquela noite minha viagem tomava outro rumo e o Charlie iria para o banco de trás.
Eu tinha decidido viajar meio que sem destino, comigo estava o que eu preciso ar nos meus pulmões e uma câmera fotográfica.
Era noite e ao longe pude notar as luzes da cidade mais próxima.
Ali eu passaria a noite. Dirigi-me à recepção e recolhi as chaves do apartamento 21.
Pareceu-me que por ali não passava uma pessoa há meses. O colchão meio empoeirado, a tv era antiga e com uma sintonia baixíssima se podia notar o descaso, mas estava agradável para quem havia viajado o dia inteiro e ali passaria apenas poucas horas.
Com o Charlie ao meu lado adormeci e despertei ao som do chuveiro do quarto ao lado.
Tentei ficar por ali mais um pouco, mas havia alguém que cantava umas músicas que me incomodavam bastante; sem opções levantei e fui tomar o café da manhã.
Enquanto eu colocava o Charlie sentado ao meu lado e imóvel, fui interrompido por uma voz meiga e suave que me dava Bom Dia e pedia licença para assentar-se comigo a mesa. Com a cabeça baixa ergui os olhos e fiz um sinal de aprovação. Calado como sempre fui, não por natureza, mas para evitar o falar exagerado, foi o máximo que pude fazer. Ela perguntou se incomodava que estivesse ali, afinal eu não tinha dado uma palavra.
Eu disse que não tinha problema, só estava com um pouco de sono pois havia sido acordado ao som de uma música sertaneja em uma voz muito desafinada.
Ela sorriu de maneira singela, e baixando a cabeça disse que era ela que estava cantando no quarto ao lado. Em tamanho constrangimento perdi-me nos traços dos seu rosto, nunca antes presenciei um sorriso tão lindo.
A partir dali travamos uma conversa agradável, mas como de costume eu apenas balançava a cabeça. Ela contou-me que tinha saído em uma viagem sem rumo e que pretendia parar nas três próximas pousadas. Perguntou o meu destino e eu disse que eu era um viajante sem rumo. Pretendia dar a volta no país.
Ela sugeriu que fôssemos juntos até a próxima parada.
Voltamos cada um para seu quarto, pegamos nossas malas e seguimos viagem.
Estavamos dispostos a seguir em uma viagem sem rumo com aventuras e pessoas desconhecidas. Não tínhamos nenhuma certeza naquele momento; mas decidimos seguir em frente.
O Charlie, meu companheiro para grandes aventuras passou para o banco de trás e aquela moça de cabelos vermelhos, vestido com flores e chinelo rasteiro sentou-se ao meu lado.
Começamos a conversar sobre coisas que hoje nem lembro mais; ela pegou a sua bolsa um tanto quanto gasta e retirou umas fitas; eu não tinha noção que ela possuía aquelas raridades. Músicas boas de se ouvir.
Naquele momento eu que geralmente me calo por opção com a voz meio engasgada comecei a cantar aquela canção; ela me olhou com um olhar doce, balançou a cabeça em sinal que estava gostando do que estava ouvindo e começou a cantar também.
Foi como se tudo estivesse sumindo ao meu redor, e ali apenas eu, ela e aquela canção.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Dois Mundos



Tinha tudo para ser um dia comum. Acordei disposta e fui para a caminhada matinal, com meu fone de ouvido escutava uma música qualquer. Naquele dia eu tinha decidido fazer uma trilha desconhecida, apesar de disposta eu estava cansada de trilhar o mesmo caminho, passar todos os dias pelas mesmas pedras, algumas até que me fizeram tropeçar.
Eu estava totalmente alheia, entregue a sorte e não ocultarei que tinha medo de me perder.
Algumas vezes um amigo me acompanhava na trilha, mas nesse dia ele havia tido complicações; tropeçou na pedra que sempre me alertava para não tropeçar. Eu esperaria ele voltar a boa forma, mas ele não me deixou esperá-lo; disse que eu não poderia parar minha caminhada, que ele ficaria bem; mas não me deu esperanças que caminharia comigo. Eu então segui.
Demorei, mas segui em frente. Por vezes eu insistia com ele, dizia costumeiramente que eu estaria ao seu lado e que seguraria em suas mãos, que poderia ir à frente para avisá-lo sobre a possibilidade de algum tropeço em nosso caminho; trouxe a proposta também de ir ao seu lado, segurando em suas mãos e ajudando a ultrapassar as dificuldades e dando-lhe a certeza que não deixaria que uma possível queda lhe conduzisse ao chão, mas ele não quis seguir comigo.
Depois de muito insistir ele me disse que antes de caminhar comigo já havia caminhado por aquela trilha; confessou-me como que com a voz cortante que ao seu lado havia uma promessa de segurança, tal como a minha, de proteção, cuidado e apoio. Mas não foi como ele esperou. Ele tropeçou; fez-me saber que não era a primeira vez que ele tinha complicações.
Por um tempo ele desistiu de fazer trilha, trancou-se em um mundo que ele mesmo projetou e viveu por lá até deduzir que estaria preparado para caminhar novamente.
E foi em um dia como outro qualquer que me encontrou no inicio da caminhada. Não foi algo comum, pois apesar de estar na mesma estrada iríamos para um destino distinto. Desconhecíamos, mas ao final da estrada nos encontraríamos, eram dois caminhos e uma só chegada.
E foi naquele dia que tudo começou.
A partir daquele momento começamos a caminhar juntos, sabíamos que teríamos o mesmo final, mas escolhemos andar na mesma trilha. Por vezes íamos lado a lado, outras ele caminhava à frente; dizia que queria evitar que eu tivesse algum tropeço indesejado. Outras vezes por qualquer motivo menos importante eu caminhava só. O tempo foi passando e juntos descobríamos os segredos daquele caminho.
Na manhã comum ele tinha me dito que não iria caminhar comigo. Mas pediu que eu prometesse que iria só.
Decidi seguir. Estava com medo de seguir naquela nova trilha, desconhecia os perigos daquele caminho até que avistei ao longe uma folha presa em uma árvore. Desejei parar e ler o que ali estava, mas como estava um pouco tensa em seguir. Algum tempo depois o desejo foi maior e como eu já tinha passado por lá, conhecia o caminho e voltei.
Retirei o papel da árvore e logo reconheci aquela letra; ele havia passado por ali, aquela estrada não era desconhecida para ele. Marcado na árvore estava duas letras, a primeira letra era do nome dele, mas a segunda letra eu não conhecia. Não me contive e li o que ali estava escrito. Foi então que eu descobri que foi ali que ele havia tropeçado e se machucado; ele sabia que um dia qualquer ele não estaria mais ao meu lado por motivos que ainda eu não sei, mas não quis me deixar sujeita a tropeços. Aquele era o caminho do amor. Amor desconhecido que o fez tropeçar.
No final da estrada, dizia ele, eu poderia cair também; por isso desejou me privar. Ele havia declarado ali que jamais entraria por um caminho desconhecido, que se arrependia e se sentia um menino imaturo em achar que poderia seguir por um caminho tão complicado e tão imprevisível que é o caminho do amor. Mas eu...
Eu dobrei o papel e segurei forte nas mãos, continuei a minha caminhada lamentando que não pudéssemos conhecer aquele caminho juntos e de mãos dadas.



quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Romance

ROMANCE: Isso que parece tão simplório olhado de fora, dava-lhe um senso de plenitude e poder que nunca mais conheceria. Não precisava de mais nada.
"Nem Deus pode tirar isso de mim" - pensava.
Um inocente beijo na grama que transformou-se em céu. Ainda estou transfigurada por essa intimidade. Por mais experiências que tive como mulher, o momento não se repetirá, e dificilmente se apagará, nunca mais haverá uma primeira vez, nunca mais a mesma candura de acreditar que tudo aquilo era eterno. Foram-se os amores que tive ou me tiveram: partiram num cortejo silencioso e iluminado. O tempo me ensinou a não acreditar demais na morte nem desistir da vida: cultivo alegrias numa cidade cor de laranja onde estamos eu, os sonhos idos, os velhos amores e seus segredos.
- Você me prometeu falar de amor.
- Por mim esse assunto nem teria surgido. Amar é perigoso.
- Sei disso porque já amei uma vez.
- Hoje concluí que só devemos amar aqueles que nos querem por perto. Não vale a pena viver um amor não correspondido... Você me acha muito dura, não é verdade?
- Pelo contrário. Nunca te vi tão humana quanto te vejo agora.

"Encerramos o assunto" - pensei. Agora é melhor, porque comecei a sentir as tempestades que os ventos do amor trazem consigo. O peso da ventania que bate com a força de um tapa.
Encerramos o assunto, enquanto ficamos bebendo por muito tempo, sem conversar coisas sérias. Comentamos sobre algumas casas, alguns passantes, as flores do parque, falamos do futuro, do passado e não tocamos no presente.
Até ficarmos em silêncio.

- Você está distraída.

Sim, eu estava distraída. Minha mente estava voando. Eu já estive naquele mesmo lugar com alguém que me deixou o coração em paz, com um alguém que vivi aquele mesmo momento sem o medo de perder no dia seguinte. Foi quando senti o tempo passando devagar, foi quando descobri que eu poderia ficar ali em silêncio - já que teríamos o resto da vida para conversar.

"Estamos em silêncio e isso é um sinal"

Pela primeira vez estamos em silêncio, embora eu só tenha percebido isso agora. Estamos em silêncio de verdade, não de uma forma constrangedora. Não é o silêncio do coração com medo, é um silêncio que fala e que me diz que não precisamos ficar explicando coisas um para o outro.

Eu precisava de um romance possível.
Deixei-me levar.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Jogo de Egos



- Quero falar com você
- Outra vez?
- É esse o seu problema. Você nunca quer me ouvir.
- Você sempre toca nesse tipo de assunto.
- Se você nunca evitasse falar sobre isso já tínhamos encerrado.
- É você tem razão - Disse ele com desprezo.
- Eu sempre tenho razão.
- Essa sua prepotência me causa náuseas.
- Você sabe que dia é hoje?
- É claro que eu sei.

Ela arregalou os olhos achando que ele se lembraria do dia em que se conheceram; mas sua esperança durou pouco. Logo ele respondeu:

- Hoje é segunda. Ontem foi Domingo e amanhã será terça. É óbvio meu bem - Falou em sua ironia particular.
- Impressionante! Eu já deveria ter me acostumado com isso. Você nunca se lembra de nada! Não lembra de me elogiar, de me ligar... - Ele a interrompeu.
- Hey, Hey. Vamos com calma; hoje mesmo eu te liguei - Ela o interrompeu e apontando o dedo freneticamente falou:
- Mas você não ligou para saber de mim. Aliás, é sempre assim - Engolindo seco, continuou...
Você liga para sua mãe, para seu pai, seu irmão e amigos e no fim do dia quando eu te ligo está sempre ocupado.
- Você nunca está satisfeita. Reclama se eu tenho ou não ciúmes. Na verdade - Pausou e deu com os ombros - você sempre foi exigente de mais.
- Então você acha que sou exigente só porque quero que se lembre da data em que completamos quatro anos?

Então depois da primeira lágrima, veio o silêncio. Em silêncio, ela se dirigiu ao quarto bem devagar, com pose de quem vence uma guerra. Assustado ele disse:

- Desistiu?... Não quer mais falar?

Ela deu com os ombros e falou com ar de desdém:

- Sobre o que estavámos falando memso? - Sorriu de canto de boca.

Ele pensou consigo: Só por que eu esqueci a data? Será que há algo mais?

- Minha menina, volte aqui. - Ele a chamou carinhosamente.

Ela fingiu não ouvir.

Foi nesse momento que ele se sentiu ameaçado. Pôs os óculos sobre a mesa. Percebeu que esse jogo não era só seu. E que agora o controle da situação não lhe pertencia. Pela primeira vez ela não foi previsível.
Acostumado com as lamentações e com os pedidos de desculpas, provou do gosto amargo do silêncio e da indiferença. Imaginou-se sem ela. Sem sua dedicação. Seu interesse. E suas exigências mascaradas de amor. Então fez o que não lhe era comum. Reconheceu seu medo da dependência e decidiu terminar com o jogo que ele mesmo começou.

DBS/WGF

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Bandeirolas de Coração

Seu nome era Joaquim. Morava lá nas bandas do interior do seu estado. Ele gostava muito da festa de São João. Foi numa dessas festas que ele conheceu Carminha. Moça bonita dos cabelos negros e enrolados e rosto bem desenhado. Ela morava na cidade. Distante três quilômetros de onde o rapaz morava. Ele morava na roça. Moço matuto, mas que amava livros e toda essa coisa de poesia. Amava contar estrelas, criar histórias, tocar violão e ver o sol se pôr. Costumava assisitir o jornal da noite na casa de Seu Roque e Dona Bernadete. Ele mesmo levava a bateria para ligar a TV. Lá não tinha energia elétrica, e na casa de seus pais não tinha televisão.


Joaquim e Carminha viveram um romance. Daquele que causa uma inveja terrível. Ela era moça acostumada a sair para lugares bonitos com os rapazes que tinha conhecido. Todos eles tinham dinheiro. Ele, porém, vivia com os bolsos cheios de moedas conseguidas nas feira de sábado. Joaquim amava Carminha. E Carminha amava Joaquim.

Ele costumava visitar a moça à noite. Vinha de bicicleta. Três quilômetros. A bicicleta era daquelas barra circular vermelha. Tinha uma garupa atrás. Era onde levava Carminha.

Carminha andava com um almofadinha nas mãos. Era pra não doer o bumbum na garupa da bicicleta. Os parelelepipedos eram castigantes. Ela costumava abraçar Joaquim pela cintura e quase sempre rescotava a cabeça nas suas costas e fechava os olhos enquanto ele pedalava. Quando era ladeira eles desciam. É que Joaquim não tinha toda essa força nas pernas.

Como eles conversavam! Sobre tudo que é coisa. Riam. Ficavam sérios. Faziam gestos. Se apertavam e se mordiam. Joaquim amava levar Carminha na sorveteria. E todas as vezes, no caminho, arrancava flores enquanto pedalava e na hora de partir entregava à Carminha. Era sempre assim, cheio de surpresinhas. O amor lhe proporcionava essa criatividade. Foram ao parque e ao circo quando esses estiveram na cidade. Joaquim lhe entregava bilhetes. Lia versos de sua autoria. Beijava-lhe as mãos, as orelhas, os olhos. Mexia em seus cabelos. E fazia planos para o futuro.

Carminha lhe falou de medos e receios. Da desconfiança na felicidade e da falta de esperança. Joaquim foi paciente até que ela percebesse a sinceridade do seu sentimento. Esperou até que ela se entregasse e se permitisse amá-lo integralmente.

Carminha quis conhecer a fazenda do pai de Joaquim. Joaquim a levou. Ele tinha planejado levá-la ao lugar aonde poderiam ver o pôr-d0-sol claramente. Levou também o violão para tocar uma música de sua autoria.

O dia já ia virando e Joaquim apoiou o violão nas pernas. Sentandos na grama, debaixo da mangueira, Carminha inclinava a cabeça nos ombros dele. Joaquim falou baixo:

- Presta bem atenção que eu vô cantá uma música procê.

- Viu. - Foi o que Carminha respondeu com voz baixa.

Joaquim deu o primeiro acorde enquanto o céu ia avermelhando. E cantou:

"Já sonhei nossa roda gigante esconde -esconde em você
Já avisei todo ser da noite que eu vou cuidar de você
Vou contar historias dos dias depois de amanhã
Vou guardar tuas cores, tua primeira blusa de lã

Menina vou te guardar comigo
Menina vou te guardar comigo

Teu sorriso eu vou deixar na estante para eu ter um dia melhor
Tua água eu vou buscar na fonte teu passo eu já sei de cor
Sei nosso primeiro abraço, sei nossa primeira dor
Sei tua manhã mais bonita, nossa casinha de cobertor

Menina vou te casar comigo
Menina vou te casar comigo...Vou te guardar comigo

Sou teu gesto lindo
Sou teus pés
Sou quem olha você dormindo

O Menina guardo você comigo
Menina guardo você comigo

Nosso canto será o mais bonito Mi Fá Sol Lápis de cor
Nossa pausa será o nosso grito que a natureza mostrou
A gente é tão pequeno, gigante no coração
Quando a noite traz sereno a gente dorme num só colchão

Menina vou te sonhar comigo
Menina vou te sonhar comigo

Sou teu gesto lindo
Sou teus pés
Sou quem olha você dormindo

O Menina guardo você comigo
Menina guardo você comigo" *

O sol não se pôs só aquele dia para eles dois juntos. Se existe um "pra sempre", eles viveram em garupas de bicicleta, sorveterias, flores e ruas de paralelepipedo.



*Letra - O Teatro Mágico

Nós dois


Há um tempo havia decidido deixar a porta entreaberta; deitava-me sobre o tapete das lembranças e esperava ansiosa o momento em que ele viria.Ouvi a chuva a cair sobre o chão e os passos leves a caminhar sobre a entrada de casa; ele estava chegando. Na porta, um quadro o saudava com um Bem Vindo. Os pingos da chuva sobre o seu rosto, sua respiração ofegante e sua roupa molhada denunciava que ele não havia ao menos esperado a chuva parar; demonstrou com seu beijo em meu rosto que veio correndo ao meu encontro, não queria me fazer esperar mais por ele.
Inundada de amor e sensibilidade, enxuguei o seu rosto molhado e beijei levemente os seus lábios; foi para mim o momento único. Naquele momento passava valer a pena toda espera, dedicação e fidelidade; eu sabia que um dia encontraria o meu amor.
Nas suas mãos estava uma rosa que ele havia roubado do jardim da casa ao lado; ele era um tanto quanto desligado mas não deixaria que o nosso encontro fosse sem uma flor.
Com o sorriso estampado no rosto fazia desaparecer a escuridão dos meus olhos e abria o caminho da nossa nova estrada. Sua delicadeza, amabilidade e sensibilidade atraía-me a entrega sem reservas.
Depois de tantos desencontros, ilusões e falsas esperanças eu estava sorrindo mais uma vez; sua chegada em minha vida me fazia bem.
Decidimos ficar ali deitados naquele tapete, vivendo os nossos sonhos e armazenando em nossos corações as nossas esperanças.
A partir daquele momento eu passei a conhecer o verdadeiro amor.

domingo, 30 de novembro de 2008

101 coisas sobre mim




A idéia da lista de 101 coisas sobre mim não é de minha autoria. Vi no blogger Inegociável que o fez indicada por outro blogger chamado de Líricas.



01. Eu não gosto de falar sobre mim para todos.
02. Eu abro exceções.
03. Chamo-me Débora e tenho 23 anos.
04. Sou estudante do curso de Direito.
05. Nascida em Pojuca-BA mas criada em Salvador-BA.
06. Já passei por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Recife.
07. Sou a caçula de 04 e a única solteira da família.
08. Já tive mais comunidades no orkut do que amigos.
09. Hoje não utilizo mais o orkut para manter contato com amigos, apenas para participar de comunidades que acho interessante.
10. Tenho msn há 05 anos e nele tenho apenas 52 contatos.
11. Eu sou uma pessoa sociável.
12. Já tive mais "amigos virtuais do que reais".
13. Meu melhor amigo apesar de ser praticamente meu vizinho conheci em uma comunidade.
14. Sou cristã apesar da Igreja.
15. Não gosto de show.
16. Tenho dificuldades com músicas evangélicas.
17. Tenho facilidade para com nomes e datas.
18. Já chorei e já sorri.
19. Nunca traí.
20. Nunca namorei.
21. Entendeu?
22. Já fiquei 1:15 utilizando o celular e gastei 82,00 na ligação.
23. Ao desligar, lamentei.
24. Mas não voltaria atrás.
25. Já tive 03 óculos com grau.
26. Gosto de ler.
27. Ouço Los Hermanos.
28. Gosto de Hillsong
29. Não sou boa com as palavras.
30. Sou paciente.
31. Pretendo manter minhas coleções de filmes em dvd.
32. Deixo o celular no silencioso para não ter que atender todas as pessoas.
33. O ano que mais curti foi a 8ª série.
34. Desisti de tirar a carteira de motorista.
35. Como em 2009 os preços irão subir, voltei de onde parei.
36. Gosto de cantar.
37. Não sei cantar.
38. Fui uma criança "equilibrada".
39. Nunca tive suspensão da escola.
40. Mas já aprontei muito por lá.
41. Não gosto de ser explorada.
42. Não gosto de filmes de terror.
43. Já assumi uma culpa que não era minha para acabar de vez com um mal entendido.
44. Já gastei dinheiro com besteira.
45. Gosto de vinho
46. Já fumei cigarro.
47. Fumar cigarro não tem graça.
48. Já fingi que estava dormindo para assustar alguém.
49. Já pensei em me matar.
50. Nunca morri em minha vida.
51. E eu sei que se eu morrer minha mãe me mata.
52. Já comprei e não paguei.
53. Já vi sites para maiores de 18 anos.
54. Fiz isso após os 18.
55. Jogo futebol dia de terça às 18:00 e dia de domingo às 9:00.
56. Não sei dançar.
57. Não gosto de correr nem de pular.
58. Sou uma pessoa densa
59. Fiz um segundo furo na orelha mas deixei fechar.
60. Farei uma tatuagem em breve.
61. Já fui uma pessoa ativa na Igreja.
62. Já doei meu relógio em um apelo e me arrependi segundos depois.
63. Tenho 04 sobrinhas.
64. Queria ter um sobrinho.
65. Tenho um allstar
66. Sou uma pessoa amigável.
67. Gosto de tirar fotos.
68. Não sei tirar fotos.
69. Não gosto de sair nas fotos.
70. Sempre esqueço o celular em algum balcão de qualquer estabelecimento.
71. Já fui há 13 sepultamentos.
72. Já sepultei o amor da minha vida.
73. Não atraio pessoas que gostam de dar presentes.
74. Mas já recebi um presente muito útil de um amigo que passou fome para poder comprá-lo.
75. Gosto de dormir apesar de acordar cedo.
76. Prefiro ficar em casa a ir à praça.
77. Gosto de Idosos
78. Queria ser defensora pública, mas acho que não conseguiria defender um assassino, pedófilo ou alguém que tenha cometido algum crime.
79. Diante disso, pretendo apenas advogar, lecionar e talvez ser delegada.
80. Perco muito tempo pensando no que geralmente não vou fazer.
81. Gosto de ver as pessoas felizes.
82. Mesmo quando estou muito irritada não consigo ofender as pessoas.
83. Quando estou muito irritada falo palavrão.
84. Sou humana.
85. Ainda quero viajar para Portugal.
86. Não sei falar Inglês, mas tenho noções rápidas de Espanhol.
87. Já tive 360 doláres.
88. Quase nunca gosto ou compro algo que esteja na moda.
89. Não tenho estilo próprio, pois não tenho estilo.
90. Já fui menos vaidosa.
91. Já fui muito fechada para qualquer tipo de relacionamento.
92. Geralmente as coisas nunca parecem ser o que de fato são.
93. Já tive ciúmes.
94. Já vomitei dormindo e quando acordei e percebi, vomitei novamente.
95. Já chorei quando me despedi de 03 amigos.
96. Sempre fico na fossa no dia do meu aniversário.
97. Já usei aparelho ortodôntico.
98. Já caí de várias árvores.
99. Não tenho como prática a bajulação.
100. Títulos para mim não servem para nada.
101. Beijos, não me liga!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Inelutável






Atrás dos óculos se escondiam os olhos mais lindos, não pude resistir ao encanto que emanava do sorriso tão meigo e doce; ele pareceu-me um tanto quanto desconcertado, não sei ao certo, mas eu estava gostando de vê-lo assim, sem eira nem beira.
Ouvimos a música que toca na primavera, o sol estava se escondendo, o tempo parou e a saudade que jazia dentro do peito começou a desvencilhar-se.
Por ironia do destino, estávamos no mesmo lugar que nos conhecemos, desajeitada como sou, tropecei e por sorte esbarrei nos ombros mais fortes que me impediu de estar no chão.
Quisera eu tombar algumas vezes e tê-lo para amparar-me e deixar-me em seus braços seguros.

Nas mãos ele segurava a flor que logo colocaria em meus cabelos, sua barba por fazer atraia-me para acariciar sua alva face, pele macia;
eu não sabia, mas estava para receber o beijo mais doce que eu conheci.

Sorrimos, fizemos caras e bocas, desejei que o tempo parasse, escolhemos a nossa música predileta e cantamos juntos para todos ouvirem.

O tempo não podia parar, porque logo ele tomaria o trem que o levaria, mas de alguma forma ele estaria sempre ali, dentro de mim.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Amor n#28.

Agora é sangrar até morrer.
Amor,
Te escrever é sempre complicado porque nunca sei como começar. Sempre que começo um história penso exatamente em como ela termina, mas nunca como ela começa. Quando sentei pra te escrever mais uma carta, já sabia como eu ia terminá-la, sem saber como começar.
Sinto sua falta. Hoje foi um dia difícil, na verdade tenho tido dias difíceis desde que você me deixou, mas hoje foi um grauzinho acima. Durante esses dias tive a clara visão de que eu estava sufocando, num quarto escuro, sem janelas, sem ar e com um par headphone no ouvido. Sinto que deixei a minha naturalidade e a minha auto-estima com você desde a última vez em que nos encontramos. Sinto que não sei mais conversar. Sinto que não gosto das pessoas. Ás vezes elas são duras demais. Tão duras quanto você tem sido comigo, amor.
Hoje me peguei amargurada e triste, e há muito tempo não tenho me dado ao luxo de sonhar com o dia em que seremos felizes. A minha capacidade de amar foi proibida por você. Hoje, só peço a sua necessária presença. Que você me diga palavras bonitas, pra que essa sólida parede que se formou entre nós, passe a ser líquida e então, possamos novamente solidificá-la de uma outra forma. Eu tenho tentado. Álias tenho tentado de tudo, mas eu só consigo com você.
Tenho medo do que pode acontecer com a gente com o passar do tempo. Tenho medo do teu silêncio, tenho medo da minha falta de jeito com você.
A vida não é tão dura quanto parece, eu sei. Mas eu só sei o que é vida quando, em raros momentos, você baixa a guarda e carinhosamente faz com que eu me sinta viva.
Hoje percebi que a minha auto-estima foi minada aos poucos, porque eu sempre ouvi o quanto eu sou fraca, boba e infantil. Eu consigo disfarçar bem, sei rir, sei fazer os outros rirem... Mas a verdade é que sinto medo a cada ambiente novo.
Eu não queria te pedir mais nada. Sempre acho que peço mais do que você pode me dar. Eu só quero que você saiba o que eu sinto, pra que, então você possa tomar a decisão mais adequada pra nós dois. Eu preciso de você nesse momento. Não como homem, mas como o meu porto-seguro, o meu lar, o meu equilibrio.
Talvez seja tarde demais. Sinto que não existe mais tempo, a vida nunca dá tempo, como você sempre diz. Esses poucos minutos que me restam quero dividi-los com você, e com a certeza de que eu ainda significo algo pra você.
Sinto não terminar essa carta como você sempre termina, com um suave "até logo", é como se pudessemos ser felizes amanhã. O meu "au revouir" de hoje vai para a vida e toda a sua insignificância.
Eu vou morrer. Todo mundo morre um dia.
Agora é sangrar até morrer.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Raízes




É o dia em que minha câmera fotográfica sai do guarda-roupas e as pilhas caminham voluntariamente para a tomada. Novas fotos, poses, cenários e inspirações. Criatividade.
Novas cordas no meu violão, novas cifras, outras canções. Um dedilhado e uma batida diferente. Outros tons. Vizinhos como espectadores. Moedas no meu chapéu imaginário. Banquinho novo da próxima vez, quem sabe? Aplausos não fazem parte desse show, apenas os rostos desejando um pouco mais. Voltei!
Um filme na TV da sala. Cinema na quarta à tarde. Entradas colecionadas na caixinha do ármario. Qual é o próximo lançamento? Pipoca e milk-shake, sanduíche e suco de laranja.
Show gratuito no parque da cidade. Domingo de manhã. Sol que arde meu juízo. Quanta fome!
Los Hermanos no rádio. Luzes apagadas a noite. Eu, o chuveiro e minha platéia. Conversas em esquinas, em apartamentos, em pontos de ônibus, no pátio do meu prédio. Bilhetes à mão presos em clipes coloridos. Horas no telefone. Horas rindo. Horas chorando. Horas dormindo. Horas lendo.
Pode chover ou fazer sol. Hoje vou sair pelado e caminhar duas milhas. Se você for comigo prometo caminhar o dobro... e algumas dúzias de risos e fotografias.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Que a Morte os Separe


É final de tarde, sexta-feira, e chove. As árvores estão encharcadas e a estradinha de barro acumula enormes poças d'água capazes de afundar um pé por inteiro. O dia se vestiu como todos nós aqui; preto-cinza, em memória desse dia. Como nós, as nuvens derramam suas águas em gotas finas e penetrantes. Nada mais natural. Sobram cumprimentos, abraços, lamentações e pêsames. O reverendo se retira com sua família em um bonito carro preto após seu lindo sermão fúnebre e se despede acenando com seu chapéu. Outros vão a pé e cabisbaixos, sussurrando entre si. As crianças brincam nas poças e balançam os galhos das árvores.


Eu decidi ficar, eu e minhas lembranças. Me pergunto como posso superar essa perda. Perder você assim, depois de te ter durante anos ao meu lado vencendo todas as nossas desavenças e intrigas com o fôlego da nossa paixão. Vivemos a vida que sempre quisemos, sem muitas intervenções alheias, livres. O encanto do nosso romance não se foi com o tempo, como esperavam. Era diferente! O meu carinho por você não diminuía, a minha paciência não se esgotava, o meu zelo por você ardia incessantemente. Todas as manhãs você alimentava essa chama, diligentemente. Mais que uma esposa, você era amiga e companheira. Conversávamos por horas a fio, ríamos tanto a ponto de cansar os músculos. Coisas tão triviais tinham um valor tão grande com você.


Vencemos as críticas feitas por causa da nossa diferença de idade, nossa personalidade, nosso modo de vestir.


Com meus 85 anos, apoiado sobre uma bengala, vestindo um terno preto e uma camisa branca, fiz questão de calçar o meu all-star. Fiz para lembrar das nossas aventuras, dos nossos gostos tão parecidos. Ainda me recordo do dia em que você foi à faculdade me visitar. Terça-feira, 18 de Novembro de 1990. Em minha mente, é como se fosse hoje. Era fim de semestre e eu só teria uma aula durante o dia, das 15 as 17. Enquanto eu ia em casa almoçar você me ligou dizendo que iria me ver. Eu me assustei, e pensei instantaneamente que você não seria capaz de encontrar o lugar. Mas você sempre foi assim, determinada, impulsiva, cabeça-dura e esperta.


Eu tratei de lhe dar todas as coordenadas possíveis por mensagens no celular. O andar da faculdade, o departamento, o numero de portas que você deveria contar e a programação do horário. Como todas as outras vezes, eu estava ansioso. Não era a primeira vez que iria te ver, mas essa reação era inevitável, costumeira e agradável.


Já eram 17:30, e você não tinha chegado ainda. Decidi sair e até o pátio. Mas foi ao sair pela porta que dá no corredor da Universidade que, por coincidência, você vinha chegando. Você e aquele vestido laranja - meio hippie - sandálias rasteiras de couro, uma bolsa pendurada nos ombros e os cabelos enrolados presos por uma piranha transparente. Você estava suando, ofegante, segurando uma garrafa de água mineral nas mãos. Me contou o quanto tinha andado para chegar até ali porque, simplesmente, soltou no ponto errado e teve que andar cerca de dois quilômetros até me encontrar.


Eu te mostrei o banheiro e você foi retocar o brilho nos lábios e pôr um pouco daquele óleo de pimenta próximo ao pescoço.


Você sentou comigo no banco da universidade e me mostrou um livro que tinha pego na biblioteca, "Mistérios do Coração". Achei o título apelativo, mas não te falei nada. Então você me encorajou a ler alguns trechos. Comecei. Lia como um locutor, pausadamente e de forma empolgante. Voce recostou docemente em meu ombro e fechou os olhos, de pernas bem juntas apoiadas sobre o banquinho. Meu peito arfava. O escritor do livro falava de mim como ninguém tinha falado antes, e você sabia disso. No livro era a nossa história escrita por outrem. Nossos medos e receios, pensamentos e sentimentos. Li três capítulos inteiros, interrompido por beijos e carícias suas. Irresistíveis.


Parei de ler, e me dediquei a te olhar e te elogiar ininterruptamente. Nos abraçamos por longos minutos, um abraço de agradecimento, de despedida, de desejo, de carinho. Não sei bem dizer. Mas ficamos ali, por um bom tempo.


Decidimos partir e esperar o ônibus, e brincamos de escolher o que iríamos pegar. Esperamos durante duas horas, e sua mãe já tinha ligado preocupada perguntando onde você estava às nove da noite. Antes de você descer, confessei que a saudade só esperava você sair do alcance dos meu olhos para poder me acompanhar. Nunca quis de contar, mas no outro dia fui com a mesma camisa para a faculdade. Ela exalava você. Eu cheirava o colarinho, os ombros sem parar. Fechava os olhos enquanto o fazia, então voce aproveitava e aparecia na minha mente sorrindo seu sorriso perfeito.


Quero apenas ser tocado pela chuva enquanto vejo as flores sobre o local de repouso da sua carne. Eu sempre lhe disse que era forte e dificilmente chorava, queria agora que você pudesse ver minhas lágrimas, enxugá-las com seus dedos únicos e me beijar antes de partir novamente.


Tenho apenas duas certezas. Da morte. E do amor que sentir por você, somente por você.



terça-feira, 18 de novembro de 2008

Gostoso Demais







Ela

Que os seus braços me cubram de amor e seus lábios de beijos.
Você é tão formoso, meu querido! Você é muito encantador!
Entre muitos homens você é o mais desejado.

Ele

Como você me dá prazer minha querida
Seus beijos são como o sabor das frutas doces e saborosas.
Você é tão graciosa como uma flor.
Você é a mais bela das mulheres.
Podem existir muitas outras, mas você é a mais linda dentre as milhares.
Como são perfeitas as tuas carícias, como é gostoso o seu jeito de amar.


Ela


É doce beijar-te os lábios amado, como é perfeito o teu amor.
Não desvie de mim o teu olhar, o teu amor é o mais lindo e o mais fiel.
Agradabilíssima é a sua presença.
Fazer-me-ei sua eternamente.


Ele

Você me despertou o amor, estou seguro em teus braços.
Suas mãos são perfeitas e suas curvas me pertubam.
É doce beijar a sua boca e tudo em ti me agrada.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

As surpresas do coração





-Você tem noção de quanto eu valorizo o fato de você me querer?
Assim ele começou o dia ao telefone.
Eu não esperava que tão cedo pela manhã ele estivesse me ligando; confessou-me que não conseguiu dormir após a minha partida. Disse que por vezes na madrugada foi surpreendido gritando o meu nome e pedindo para que eu ficasse.

Depois de uma longa viagem de avião regada por lágrimas cheguei ao meu destino. Era manhã de primavera e a brisa era fria. Após recolher as minhas bagagens dirigi-me a saída do aeroporto e pedi um táxi. Foi maravilhoso pisar os meus pés naquele solo que tanto desejei estar. O taxista muito cordial e gentil e com um sotaque bastante forte perguntou: Moça, para onde vais? Ponha o teu objecto sobre o carro enquanto eu carrego as tuas malas.
Sentei no banco de couro do táxi branco com listras verde e vermelho de placa KDG 2101.
Ainda com o rosto cansado e abatido tentei esquecer o que me havia ocorrido nas duas noites anteriores aquela linda manhã de sol e brisa fria.
Peguei o envelope dentro da bolsa e fiz saber ao taxista cordial e gentil o meu destino.
Para surpresa minha ele disse-me que não poderia deixar-me na Universidade; comunicou-me que eu teria que ir de trem. Agradeci sua disponibilidade e lhe paguei uma nota de 20 Euros.
Chegando na estação comprei umas fichas e liguei para minha família comunicando que a viagem ocorreu em paz e que eu já estava em solo Português. Procurei o guichê e nas mãos de um moço branco de olhos claros deixei uma nota de 10 Euros.
Peguei o trem, sentei-me junto a janela e ali coloquei-me a olhar a paisagem verde e repleta de flores coloridas. Em um espaço de tempo de 1:30 o trem chegou a estação e eu pude ir caminhando até a Universidade. Cheguei me apresentei e logo me entregaram as chaves do meu quarto.
Subi as escadas cheia de malas e bolsas, meu travesseiro debaixo do braço esquerdo e meu urso de pelúcia carregado pelas orelhas na mão direita. Cheguei ao corredor F e finalmente encontrei a porta com o meu nome.
Não reparei na decoração, não fui ver como era o toilet, apenas sentei-me na cama com lençóis lisos e bem perfumados e agachada retirei o porta retrato que estava na mala azul. Olhei para o lado e vi uma mesinha onde deixei o porta retrato. Coloquei o meu corpo sobre a cama e despertei naquela manhã com o telefone a tocar.
Até agora eu não sei como ele havia conseguido o telefone do meu quarto na Universidade, mas do outro lado da linha estava o meu grande amor.
Não acreditei quando ouvi a sua voz doce. Na verdade foi difícil reconhecer, pois estava trêmula e a ligação não estava das melhores. Mas eu pude ouvir com toda a clareza as palavras que ele me disse.
Primeiro ele pediu que eu não o interrompesse e disse-me que estava arrependido de ter-me deixado partir. Confessou-me que não havia dormido e que por vezes na madrugada despertava falando o meu nome.
- É, aquele beijo... Ele... Não...Não... Ele não me saí dos lábios! Não consigo para de pensar que você foi embora e que agora não posso mais recostar minha cabeça sobre seu colo e... e....
Você partiu há 02 dias e eu sinto saudade do seu perfume, da sua voz, do seu cuidado, das suas ligações. Eu... eu me arrependo. Não devia ter permitido que partisse. Deveria ter pedido que ficasse. Deveria ter acreditado no que eu sinto. Mas é que... é que... eu fiquei confuso!
Eu nunca fui de muitos amores não consegui então compreender a importância que você tinha para mim e agora que estás tão distante não sabes o quanto eu valorizo o fato de você me querer.
Eu errei. Deveria ser mais decidido, ter fé e ver coragem no amor. Mas eu me tranquei no meu mundo e não me permitir ser feliz. Achei que aceitar o seu amor fosse estragar a nossa amizade, achei que não poderia dar certo nós dois.

- Ei, moço.
- Não, não, por favor, deixe-me falar tudo que eu sinto.
O meu coração chora e geme por saber que você não estará às 7:05 da manhã esperando a condução; não me conformo com o fato de não receber suas ligações para saber como eu estou. E eu que... eu que... que por vezes não retribuía sua atenção, seu carinho, sua preocupação. Mas eu descobri que eu te amava sim do meu jeito, mas eu te amava. Mesmo que eu não soubesse como demonstrar ou tivesse medo eu te queria, te desejava.
Rompia dias e dias querendo tocar-te, beijar-te e te convidar para ser minha, mas eu não conseguia sair do palco das imaginações e partir para a novela da vida real.
E agora eu sinto o seu perfume toda vez que o vento sopra, ouço a sua voz e ando pelas ruas querendo te encontrar. Chego a correr para ver se não é você que está pegando a condução e sento-me na praça para esperar-te. Mas você não aparece você não vem.
Meu amor, sim, meu amor. Sei que poderia ter te chamado assim antes, mas agora eu choro a sua partida e não me conformo com sua ausência diária no meu paladar. Queria poder voltar atrás e te pedir para ficar. Melhor meu amor, queria ter voltado atrás nos primeiros dias em que senti que poderia ser seu e permitir nosso romance.
Sabe, ontem quando eu arrumava meu material vi a sua foto cair de dentro do livro que me destes; chorei, e ali sobre a foto deixei minhas lágrimas e a marca do meu beijo. Abracei a foto e dormi sobre ela. De repente eu me vi ao seu lado em um lindo lugar, você vestia uma bermuda xadrez e uma blusa branca e me olhava com ternura e amor. Mas você foi ficando distante, distante e balbuciando dizia levemente: eu te amo , eu te amo...
Então acordei e decidi correr em busca da felicidade, em busca do amor, em busca de você.
Espero não ter chegado tarde para te dizer que você é o amor que eu quero para a vida inteira. Volta, deixe-me te amar e ser seu. Deixe-me te ter e te fazer minha.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Dos Sabores






Há 02 anos eu solicitei uma bolsa de estudos em Portugal, já tinha até perdido as esperanças quando em uma manhã quente de sexta feira recebi um envelope com o selo da universidade de Coimbra.
Sorri e pulei desesperadamente. Finalmente meu pedido foi atendido e eu realizaria o meu sonho de estudar Direito em uma universidade de tamanho conceito como a de Coimbra.
Peguei o telefone e logo liguei para minha mãe contei a notícia; eu não sabia se sorria ou se chorava. Uma alegria imensa tomou conta de mim.
Interrompi a leitura do código civil e o leite que estava tomando e comecei a sonhar a realidade que agora me esperava.
Imaginei-me comprando a passagem, tomando o avião, pousando em Coimbra.
Ouvi os meus passos pelos corredores procurando a sala do curso de Direito.
Mas o que mais me traria lágrimas eu desconhecia naquele momento.
Quando eu solicitei a bolsa há 02 anos atrás, a minha vida era simples, sem amor e sem emoção. Nada para mim tinha tanto valor que pudesse me impedir de viver uma experiência fora do meu berço.
Eu poderia voar livremente, nada temendo.
Quando a carta chegou muita coisa tinha mudado. Há 01 ano eu tinha descoberto o que é viver quando em um lugar informal eu encontrei o rapaz que para sempre estaria comigo, pelo menos dentro do meu coração.
Nosso destino não estava traçado, mas a vida me ofereceu a oportunidade de amá-lo e eu não pensei duas vezes e aceitei o convite.
Ele é o amor que eu levaria por toda vida. Mesmo depois de casada com um outro homem, mesmo após 50 anos eu me lembraria dele.
Lembraria dele todos os dias, pois ele era o amor que eu escolhi para mim.
E agora eu tinha que decidir ir e viver meu sonho e deixar o meu amor aqui.
Fiquei a pensar que se talvez ele soubesse logo que fui aceita me pediria em casamento e iria junto comigo.
Gostaria que essa possibilidade fosse real.
Talvez ele descobrisse que me ama e temesse que eu fosse e quando voltasse depois de 5 anos não teríamos mais tempo para viver o nosso amor.
Mas todas essas possibilidades eram frutos da ilusão de uma garota que ama. Nenhuma delas poderia acontecer porque ele era o meu amor e não eu era o amor dele.
Então eu teria que partir e perderia a oportunidade de vê-lo todos os dias no ponto de ônibus, não teria mais o prazer de ir ao cinema ou até mesmo tê-lo por perto para um almoço e filmes.
Eu tinha que dar a resposta em duas semanas e sofria a cada minuto que se passava.
Decidi então me abrir para o meu rapaz.
Contei tudo o que aconteceu e em tamanha agonia confessei que ainda o amava e que não saberia como seria viver sem poder estar ao seu lado.
Falei abertamente sobre os meus sentimentos e pedi que ele me deixasse partir nessa viagem conhecendo o gosto do seu beijo.
Beijo que por vezes desejei receber, beijo que intencionei roubar mais o bom comportamento privaram-me.
Pedi a ele que não me interrompesse e comecei a expor ali tudo o que eu sentia.
Eu sabia que eu poderia ser sempre dele. Eu sonhava em acordar ao seu lado todos os dias. Desejava abraçá-lo todas as manhãs após fazer o seu café da manhã e beijá-lo na garagem.
Mesmo depois que decidimos não mais tocar no assunto eu ainda me pegava por várias vezes pensando como poderia ser a emoção de ser amada por ele.
Ele que estava presente em todos os momentos. Através das canções, do canto dos pássaros, dos filmes que eu via na tv. Eu não tinha prazer em viver outra história se ele não fizesse parte.
Por anos estive só, guardando-me para o amor da minha vida e depois que eu o conheci eu sentia que ele seria esse amor.
O tempo passou e eu não estava preparada para amar um outro alguém. Ele era o meu último romance.
Ali na cafeteria da cidade onde nós marcamos o nosso primeiro encontro eu contei em minúcias tudo o que eu estava sentido.
Eu sentia-me envergonhada, afinal, eu sabia a razão pela qual eu havia marcado aquele encontro.
Eu queria beijá-lo e carregar em minha memória e conservar nos meus lábios aquele nosso momento.
Sabia que após o beijo não conseguiria olhar nos olhos dele. Eu estaria imersa em tamanha felicidade.
Após ter confessado a ele tudo o que me ocorria me senti mais leve, sensação de dever cumprido. Porém ele não tinha dado até então nenhuma palavra, não expressava nenhum sentimento.
Diante de tamanha inércia eu senti-me constrangida e levantei, pedi desculpas e saí da cafeteria caminhando em direção ao parque.
Foi difícil aquele momento, talvez tivesse sido melhor partir sem contar-lhe nada.
Caminhei a longos passos sem olhar para trás até que sentei no banco que fica em frente ao chafariz onde algumas pessoas jogam moedas para realizarem seus desejos.
Coloquei a mão no bolso do sobretudo marrom e tirei uma moeda e como todos os que estavam ali, lancei nas águas.
Ainda sentada, senti uma mão sobre os meus ombros, levantei e olhei, quando fui pronunciar-me ele colocou o seu dedo indicado em meus lábios me impedindo de falar e me beijou.
Foi como se todos ficassem imóveis e ali naquela praça só estivesse eu e ele.
Ele começou a me falar dos seus medos e de sua vontade de também viver o nosso amor.
Sem muito que falar, pegou em minhas mãos e me convidou a caminhar.
10 dias depois o meu avião partiria e eu estaria deixando o homem que eu escolhi para ser meu eterno amante.
Eu o havia escolhido para entregar algo que eu guardava de mais precioso.
Eu poderia conhecer outros garotos, mas depois dele nada seria igual. Ele não foi mais um amor e romance, ele foi o meu amor com o qual eu vivi o meu último romance.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Segredando...


[Talita de Oliveira por Michelly Checucci.]

Corre a boca pequena que Talitinha nasceu de 10 meses em Salvador, capital da Bahia. Optou pelo curso de Letras porque, inicialmente ela se via mergulhada nos livros que ela lia, e criava histórias pra si mesma, assim, nossa querida heroína achava que poderia se afastar das pessoas e ao mesmo tempo conquista-las! Mas sua sensibilidade foi fadada ao ensino de língua inglesa da qual ela se frustra até hoje. Segue seus dias aprendendo desenho, pintura, (comigo! rá!) fotografia, moda e universo feminista. Porém sua maior paixão é tudo o que diz respeito a musica e cultura pop, fazendo com que assim, ela se tornasse uma especialista no gênero, uma espécie de crítica (o feminino ta correto, senhores?) musical não profissional. Com ela é possível passear desde o folk lo-fi dos anos 60 até as bandinhas de sunshine pop britânicas dos anos 00.
Talitinha é engraçada sem ser deselegante, extremamente tímida, ás vezes é boba, sentimental, brega e romântica. Fora isso, como ela mesma diz, até que é uma pessoa legal.

[/Talitinha por Mi.]

Texto escrito por Mi Checucci, uma das pessoas mais incríveis que existe nesse universo super-humano.

Escrito num dia de ressaca moral (segundo ela) e entregue a mim numa folha de caderno amassada, enquanto, tergiversando sobre o nada, dividíamos uma coca-cola na Praça do Campo Grande, curtindo um dia de sol franco.

:)

Trocadilhos de Universidade



Na fila do almoço...

- Olha só, Will. Frango xadrez. Vai querer um pouco?

- Nem! Frango xadrez costuma deixar meu intestino preso. Pode comer.

- Desisto. Isso é comida pra pessoa inteligente.

sábado, 25 de outubro de 2008

Memórias





Deitada no chão com as pernas cruzadas em cima da mesa que fica no centro da minha sala, comecei a lembrar-me de fatos que me ocorreram nesse ano.
Quando eu percebi, estava revivendo o momento em que suas mãos com dedos compridos tiravam meus óculos e delicadamente colocava sobre a mesa; senti novamente você soltando os meus cabelos e procurando os botões da minha blusa de manga longa de cor branca.
Lembro-me das suas mãos a tocar minhas pernas por debaixo da minha saia que tinha o comprimento até os joelhos e sua delicadeza em tirar meu sapato fechado com o bico fino.
Você carregou-me em seus braços e conduziu-me até a cama com lençol branco e liso; retirou a garrafa de champagne que estava na mesinha ao lado e delicadamente serviu as duas taças de cristal que estava por perto. Brindamos não sei o quê.
Sei apenas que em minutos você passava levemente a rosa vermelha sobre meu rosto molhado do momento fugaz que eu estava vivendo. Lembro que meu coração palpitava fortemente e você beijava os meus lábios levemente e sussurrava alguma coisa que ficava no meio do caminho dos meus sentidos.
Suas mãos alcançaram o abajur que estava ao lado e com ansiedade o seu dedo tocou o botão ligando-o em luz baixa. Você sabia como tornar o ambiente arrebatador.
Eu estava como feita em pedra, até então nunca havia vivido algo parecido. Fora como se você tivesse planejado os mínimos detalhes.
Ainda posso sentir sua barba por fazer encostando e movendo-se levemente sobre meu corpo.
Suas mãos exploravam cada parte do meu corpo e afogava-me em um mundo de prazer mútuo.
Eu me sentia perdida e protegida, esforçava-me para recompensar toda sua dedicação em me fazer sua pela primeira vez. Porém você interroupeu a minha tentativa de dizer uma simples palavra tocando os meus lábios levemente com seu dedo indicador e balançando a cabeça em sinal de desaprovação. Você queria ser o dono daquele momento e me fazer sua somente sua.
Suas mãos passeavam sobre meus cabelos enquanto com um sopro como uma brisa você soprava o meu rosto. Eu desconhecia, mas aquela noite de outono iria marcar-me eternamente.
Os meus sentidos se distanciavam cada vez mais enquanto o meu corpo se distribuía em sensações, arrepios e êxtase. Minha respiração ofegante estimulava seu toque pueril e audaz. Naquele momento eu desejei tê-lo dentro de mim, como duas vidas em uma por toda minha vida. Meio pelo avesso deitada sobre o tapete onde eu revivia o nosso prazer eu atravessava tempos e tempos e desfrutava daquele momento algemando todos os segundos e gozando daquele momento tão sublime.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Último Romance

- Sabe que eu gosto de você?
Eu não sei, você é bonita, charmosa, é dona de um humor inabalavelmente positivo e fino, sabe? daqueles que a gente não encontra em qualquer esquina.

- Sabe que eu não gostava de você?
HAHAHA! É verdade! Você me enchia com seus discursos socialistas e tragadas de Marlboro no pátio da faculdade. Não me deixava comer em paz, eu me sentia desconfortável. Na verdade, eu te odiava.

- Isso é sério?

- É, sim!

- Pois eu, quando te vi, achei que você era a garota que eu queria desde que tive idade pra querer garotas.

- Agora, eu gosto de você.

- E o que você gosta em mim?

- Gosto do seu gostar de mim. Isso é pateticamente narcisista e eu, poderia te dar uma explicação totalmente plausível em relação a isso, mas não conseguiria. Na verdade, acho que sou capaz de me apaixonar por qualquer pessoa que goste de mim.

- Na verdade, acho que amo você.

- O bom do amor é que ele é muito universal... Não. Universal não é a palavra... Abrangente é a mais adequada.

- E você, o que sente?

- Eu não sei... Quando estamos juntos sinto uma sensação inexplicável de feliciadade, sabe? Dessas que a gente não experimenta a toda hora. Sabe que eu gosto de você? É. Agora eu vejo como é bom ficar assim, sem fazer nada, falando bobagens enquanto uma vida inteira é desperdiçada do lado de fora.
Eu vou sentir saudades de tudo isso, mas não dá mais. Sinto muito.

(trocamos olhares e rimos juntos, quase gargalhando... um último beijo, aos risos, carinhos e um abraço de um menino que me envolvia em seu casaco como uma concha. Na verdade, amo tudo o que ele é e representa pra mim. He knows.)



*ao meu super-herói, luís cláudio prado.

Alguns Relatos...

"Só para constar, devo aqui dizer que tomei decisões das quais não pretendo voltar atrás.
Por hora, prefiro deixá-las apenas comigo e não escrever nem no meu diário mais íntimo."







"Um beijo de cigarro e um pouquinho de dor"

é tudo o que sinto...

Quando ando no meio de outras pessoas não me sinto bem. O que elas falam e o entusiasmo que demonstram nada têm a ver comigo. O mais curioso é que justamente quando estou na companhia delas é que me sinto mais forte. Me vem a idéia seguinte: se elas podem existir só com esses fragmentos de coisas, então eu também posso. Mas é quando estou sozinha e aí todas as comparações se reduzem a mim mesma contra a história, contra o meu fim, contra as paredes, contra a minha própria respiração, que, então, começam a ocorrer coisas estranhas.

Eu brinco numa relação vazia... Eu durmo no ponto.
Foi quando ouvi: "ninguém irá dizer que vc é uma pessoa de verdade até te verem chorar."

No mesmo dia, relatei a um amigo um assalto que eu havia sofrido um tempo atrás. Ele ria. Ria muito, enquanto eu contava um dos piores momentos da minha vida. Nunca tive tanto medo, e ainda sim, conseguia, não sei como, fazê-lo rir.
Ele me pediu desculpas pelas risadas e se justificou rindo: - Desculpe, Talitinha, mas a forma como você conta...
E então eu disse: - Não precisa se desculpar. Não consigo ser trágica sem ser cômica.

A noite, fazendo o meu balanço do dia, constatei:
- Eu choro muito pra mim mesma, sou uma pessoa evidentemente fraca.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Assento


Hoje eu quero uma gota de lágrima dos meus olhos. Sem motivos. Tristeza sem nome.

Deixo meus joelhos arderem sob o apoio dos meus cotovelos, e o queixo deitado na palma das mãos. Ao franzir da testa observo os transeuntes. Dispersos, antônitos, amantes. Mentirosos, falsos, incompreensiveis. Alheios ao que sinto e o que sou, fingem a felicidade. Ou a descobriram de verdade.

É sim, cada um deles leva uma parte de mim. O riso, a ironia, a paciencia, a sabedoria. Ficam apenas com o que lhes interessam. Eu fico só, acreditando que nenhum deles me conhece de verdade. Me enganam bem.

Não me importa!!

Sinto o coração moído. Pequeno. Indefeso. Cansado de tanto se esconder. Me vejo como uma farsa, um conjunto de atitudes aprendidas. Mas que é a vida se não aprender? Mas que é a vida se não atuar? E nesse baile de máscaras qual cairá por ultimo?

Preciso de alguém para me entregar. Confiar talvez. O que é a estrada do viver se não amar alguém, dedicar-lhe atenção e carinho? Alguém que conheça meu lado péssimo e me diga que compreende.

Isso me soa arriscado de mais. Mas que é a vida...

Se não andar. Deixa eu levantar desse banco. Quem sabe não te encontro no próximo assento? Pode ser do corpo se entregar mais tarde.


A solidão canta, me encanta, me acompanha.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

(Re) Encontro





Acordou ao som do despertador, o relógio marcava 7:00 da manhã. A primeira coisa que percebeu é que tinha dormido por cima das cartas e fotos que havia recebido há 3 semanas atrás.
Levantou-se, calçou os pés em pantufas de urso e dirigiu-se até a cozinha.
Revestida de pouco pudor, e com os cabelos bagunçados, abriu a geladeira e alcançou a garrafa de leite que estava na terceira prateleira.
Dirigiu-se arrastando as pantufas até a varanda de casa. Lá estava o seu cão com pêlos cor de creme ainda dormindo. Abaixou-se e pegou o jornal que por toda manhã era lançado pelo jornaleiro; um lindo e gentil menino de baixa estatura que rodeava a cidade todas as manhãs.
Ainda cambaleando embalada pelo sono que não desgrudava, dirigiu-se ao sofá e ali se despedaçou. Com muito esforço estendeu a mão para a mesa de centro e alcançou o controle remoto. Desconhecendo o que estaria dento do aparelho de vhs, apertou o play.
A pequena dorminhoca de pantufas de urso foi surpreendida por um vhs antigo onde havia registrado os momento mais apaixonantes. Naquele momento perdeu-se no tempo e encontrou-se em seu amor. Lá estava registrado o passeio do parque, o piquenique na praia, a guerra de travesseiros, as declarações surgidas em jantar a luz de velas e os momentos embaixo dos lençóis.
Sorriu. Não fazia noção do tempo que aquele vhs se escondia buscando a oportunidade para mostrar-lhe o quanto ela tinha sido feliz ao lado dele.
Ele que caminhava ao seu lado, que deitados no chão do parque, olhavam o céu e a cada estrela que caia faziam pedidos eternos. Ele, o seu pequeno príncipe sem cavalo branco que havia lhe presenteado com uma corrente de prata com a letra inicial do seu nome. Que por dias as fios lhe deixava mensagens no celular, recados apaixonados na secretária eletrônica.
Reviveu as manhãs que ao ouvir o despertador tocar, lançava a mão ao lado da cama e o acariciava beijando-lhe os olhos. Recordou-se das noites de Natal onde sozinhos, festejavam com vinho e massas. Lembrou-se das canções que tocavam em seu antigo toca disco.
Ela havia se entregado a ele como uma criança ao peito de sua mãe. Assim como uma criança desprotegida se encontrava a pequena morena de cabelos emaranhados.
As horas passaram e ela permaneceu envolvida nas lembranças, lembranças que por vezes arrancava lágrimas doces de seus olhos cor de mel.
Não percebeu quando a porta se abriu, mas ao cair em si, viu que em sua frente estava ele, o seu príncipe sem cavalo branco. Ele que havia partido há 5 meses para servir em uma organização não governamental para ajudar os soldados ferido da guerra.
Ela temia que ele não fosse sobreviver há tantas guerras, armas, atritos. Mas ele voltou e ali estava, parado em sua frente, segurava nas mãos o anel que ela lhe havia dado no aeroporto.
O amor tinha superado a guerra, o amor havia superado a distância, o amor havia superado o medo e o temor.
Ele abaixou-se e de joelhos arrumou os seus cabelos. Como fazia todas as manhãs, deu-lhe um beijo na face.
Respirou fundo e disse: eu voltei minha pequena e prometo-lhe que jamais te deixarei.
Tomou a garrafa de leite que estava em sua mão e colocou as pétalas que havia levado dentro de seu livro. Enxugou as lágrimas da sua pequena com pantufas de urso e ali adormeceram, abraçados, unidos e felizes. Felizes até que o amor os separe.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Janta


Will



Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
Pode ser cruel a eternidade
Eu ando em frente por sentir vontade

Eu quis te convencer mas chega de insistir
Caberá ao nosso amor o que há de vir
Pode ser a eternidade má
Caminho em frente pra sentir saudade

Paper clips and crayons in my bed
Everybody thinks that i'm sad
I'll take a ride in melodies and bees and birds
Will hear my words
Will be both us and you and them together

Cause i can forget about myself, trying to be everybody else
I feel allright that we can go away
And please my day
I let you stay with me if you surrender

Marcelo Camelo

http://br.youtube.com/watch?v=UmH5s4snQRQ
*Vale a pena assitir ao vídeo*

domingo, 28 de setembro de 2008

Fio da Navalha


Reecontrei o Charlie. E como das outras vezes o ouvi pacientemente.


"Quanto sangue há em meus olhos. E é com o rubro sangue que escorreu dos olhos e molhou os meus dedos que escrevo essas palavras. Minhas veias estão envenenadas, destilam fel. Numa frequencia mortal meu coração bombeia pólvora para o cérebro. Não há balas de festim. Hoje sou a navalha. Da faca sou o corte. Do martelo o esmiuçar da rocha.


Um cálice de ódio me bastou essa noite. Delicadamente o bebi, como quem experimenta o melhor vinho. Saboreei todas suas interfaces, amargas vinganças. Mas é da digestão que falo. É dessa suposta fraqueza que faço a minha força, me desculpem os fracos. Não sou capaz de ferir uma rosa, pois ela não pode ler-me. No vômito repousa os planos de Janeiro e a estação do fim de Setembro.


Novamente, me desculpem os fracos. Hoje é meu o ranger dos dentes. O maquinar do mal. A vingança e a não justiça. Gritos e berros. Para vocês, a morte, pois a mim ela rejeitou.

As boas palavras do meu dicionário fugiram sorrateiramente. Sobrou apenas um...


Fodam-se todos!"



Sabe, Charlie - disse eu - você tirou as palavras dos meus dedos.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Sorrisos e Sementes


Me conta esse seu segredo. Cochichando de canto em meus ouvidos. Esse encanto de trazer-me paz, de criar confiança. Forma genuína dar descanso ao meu coração inseguro.

Já é primavera, meu amor. Planta em mim todas as flores do seu jardim. Perfuma meus bosques com teus aromas de mulher madura. Deixa crescer os frutos viçosos da esperança.

Cria em mim coragem para expôr o que tu inspirastes.

Minha morena, minha menina.

sábado, 20 de setembro de 2008

Toda Espera




O trem chegou e pela primeira eu me vi em seus olhos; ali estava ele, sorrindo e segurando na mãos o endereço da minha casa. Tínhamos combinado que ele me procuraria, mas eu não resisti. Por 15 meses nos correspondemos por cartas. Nelas os versos mais nobres, senso refinado, palavras sensatas e moderadas conforme tinhamos combinado.
Nos retiramos da estação e caminhamos até o ponto de táxi, chovia. Ele cobriu-me com seu sobretudo e colocou um dos braços sobre as minhas costas, senti-me segura. Em nosso passos continha harmonia, nunca andamos juntos, mas era pé após pé em uma estrada que se tornaria longa em um caminho seguro, ele estava comigo. Lembro-me das mãos delicadas sobre os meus ombros, aquecia-me no último dia de inverno pois a primavera se aproximava e as flores já aromatizavam o perfume que faria parte da nossa história.
Eu quis fazer uma surpresa e vesti a camiseta que ele me deu no dia do meu aniversário, ao me ver, ele sorriu com ternura a que jamais tinha presenciado.


Pegamos o táxi, já sentados no banco de trás daquele automóvel amarelo, ele pôde acariciar o meu rosto e beijar os meus olhos; ele tinha me prometido que faria isso. Colocou-me frente a ele e segurando em minha cintura beijou-me os lábios. Foi o beijo mais doce que recebi.
Voltei ao tempo e lembrei que nos meus sonhos eu tinha vivido aquele momento que agora se realizava. Ele finalmente saiu das cartas e dos meus sonhos.
Durante os 15 meses trocamos fotos, presentes, versos e sonhos mas agora estavamos nos preparando para vivemos juntos por toda nossa vida.
Pegando a minha mão, a beijo e colocou em meu dedo anelar um anel feito de palha, no momento não entendi o porque colocava aquele anel em meu dedo mas logo veio a minha memória a carta que ele me escreveu no mês nove. Nela ele dizia que estava passeando no parque vendo a chuva dar vida as flores e os passáros a cantar, sentou-se no banco que ficava embaixo do quiosque e achou umas palhas secas, ali olhou para o céu azul e viu-me dançando na chuva, conteplando a minha dança começou a dar forma a palha e quando caiu em si tinha feito um anel.
Ele nunca tinha me visto, mas tinha certeza que o anel era a medida certa do meu dedo, por isso guardou em seu bolso e esperou para guardar para sempre em meu dedo.

Finalmente o táxi chegou no seu destino. Ele abriu a janela e olhou para o alto, diz que sentiu o perfume da planta que estava na janela no meu andar. Pegando o meu endereço no seu bolso, olhou para os lados, de um lado estava a livraria, do outro o prédio 789 com parede azul. Disse: cheguei!
Convidei-0 a entrar, ele tirou o sobretudo que havia colocado para me proteger e o guardou atrás da porta. Eu o levei até o quarto para que ele pudesse trocar aquela roupa molhada. Enquanto ele se trocava eu preparava o capuchinho de creme que ele adorava. Contou-me por carta.
Ele dirigiu-se até a parede onde eu estava as prateleiras que continha os meus filmes. Fechando os olhos com o dedo indicador escolheu.
O capuchinho estava pronto, ainda chovia. Sentamos no sofá. Coloquei as minhas pernas sobre as dele e conversamos sobre os 15 meses de cartas, prosas e versos. Agora era olhos nos olhos, corpo no corpo e lábios colados. Queríamos assistir o filme que estava em suas mãos, porém a vontade de se olhar e de se ter era tanta que não resistimos e nos entregamos um ao outro. Foi mágico, foi lindo, foi perfeito e sublime. Era o nosso momento, era a nossa história de amor.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Destemperos




Lembro dele na escada no aeroporto, ao me perceber, colocou as malas no chão e acenou com as mãos. No gesto, partia. Pouco a pouco foi sumindo. Restou apenas a esperança e chances infímas do vôo não acontecer. Restou também saudade. Saudade de acontecimentos que se tornaram tão imperceptíveis quando o avião decolou. Saudade do cheiro, do abraço, do beijo inesperado. Lembranças dos olhos sinceros que emanavam felicidade. Olhos atentos quando estava sobre o meu corpo. Lembranças da flor sobre os cachos. Saudade dos momentos que poderíamos ter vivido.

Comigo ficou uma mala que ele havia esquecido propositalmente no fim da escada. O meu coração estava doendo, me lembrando das vezes que me recomendava beijá-lo. Na mala estava a receita do nosso primeiro jantar a luz de velas, a música da nossa valsa e as palavras mais belas que contemplei em toda minha vida.
Nos meus olhos as lágrimas surgiram, lágrimas tristes e de arrependimento por não ter algemado o tempo. Quis falar, mas as palavras não surgiram, minha voz ficou febril e minha garganta congelou. Tornei-me pela primeira vez carente de amor, carente de rimas , prosas e versos. Fechei os olhos, recordei-me da mão suave, desejei que o vôo voltasse e trouxesse de volta o meu amor. Quis atravesar o momento, surgir no aeroporto de destino dele, encontrá-lo, beijá-lo, abraçá-lo. Mas isso não poderia acontecer; ele já tinha ido embora dos meus sonhos, agora partia da minha vida para todo o sempre.

domingo, 14 de setembro de 2008

Momentos


Despertou, era manhã de domingo. Sentiu o clarão dos raios solares, era um dia quente, porém agradável. Estendeu a mão e lá estava ele sorrindo. Sentado em frente à mesinha escrevia mais uma carta de amor. Na verdade a carta de amor era o relato do momento em que se viram. Ambos com a mesma idade na universidade. Ele com os cabelos castanhos claros; ela com fios cacheados e enegrecidos. Foi o momento mais fugaz, surreal, eterno e verdadeiro. Um misto de sentimento invadiu o pátio da universidade. Alegria, tensão, ânsia, paixão; um momento fulgurante.

Levantou-se lhe deu um beijo nos olhos e foi preparar o café. Retornou a cama cantando uma canção de sonhos, trazendo nas mãos uma bandeja contendo um copo de leite, torradas e um lírio. O canto dele era o mais lindo já ouvido; seu olhar penetrante, suas mãos lisas, seu rosto alvo e pele macia, era tudo tão mágico.
O pulsar acelerado, o beijo no ombro, o tocar simples e suave revelava que era um momento único em um mundo particular. Era real.

Abriu o livro que estava próximo e por ironia do destino encontrou o primeiro poema que recebeu da sua pequena. Perdeu-se no tempo e a cada linha encontrava-se no amor. Amor que emanava com o perfume das pétalas secas de rosas perfumadas.
As lágrimas desceram borrando as pequenas letras impressas no papel amarelado com as marcas do tempo. Quieto, concentrado e quase imóvel voltou ao tempo e ouviu a trilha sonora que cantava o amor mais pueril. Submerso no prazer da memória, rendeu-se a doce voz das lembranças. No ritmo de paixão eterna, levantou-se e caminhou em direção a sua pequena. Desejava tocá-la, deslizar-se sobre o seu corpo, sentir toques ardentes de atos inocentes, saborear o beijo mais doce, viver sensações intermináveis.

Acordou. Suspirou com tamanha angústia. Entre gemidos e desesperos ouviu os finos cristais quebrarem-se no chão. Tudo não passou de um sonho. Refém do tempo e do amor não podia gritar o nome de quem tanto ama. Ajoelhou-se em tamanho desespero e desejou ardentemente viver o amor além da imaginação.

sábado, 13 de setembro de 2008

É de lágrima


Acordei, senti-me ridícula. Achei, tive quase certeza que tudo era real e que realmente estava do meu lado, ilude-me. Fui até o canto da sala onde havia apenas uma cama e uma gaveta velha e busquei as cartas, os poemas e as flores que me destes. Quis reviver os momentos que passamos juntos. Junto às saudades mais densas que já partilhei, não poder tocar o teu rosto era a mais excrucitante. Ter os teus braços, tocar os seus dedos, fingir que estava só conversando e te tocar era apenas o que estava ao meu alcance. O seu sorriso, sua atenção para ouvir meus devaneios, seus conselhos, as vezes que inventei desculpas só para ouvir sua voz, tudo isso meninão eram apenas meios de estar mais perto a ti e desvencilhar-me da probabilidade de um dia acordar e ver que tudo não passou de uma ilusão. Ilusão dessas que se tem quando se ama um amor impossível! Estava doendo muito, mas eu precisava reviver os nossos momentos. Procurei algumas fitas que registraram nossos momentos mais singulares. Você filmando nossos encontros; você eternizando o meu sorriso singelo, tudo aconteceu porque você segurava a minha mão. Ter você ao meu lado era ter a certeza de proteção, amor, fidelidade e felicidade.

Observava atentamente os seus dedos a tocar aquelas cordas e ouvia a sua doce voz cantando a música do nosso amor.

Eram as lembranças mais importantes que poderia ter registrado. Decidi tirar a sua foto do porta retrato que estava sobre a gaveta que guardava nossas lembranças, talvez seja mais fácil evitar-te. Você se escondeu do lado de fora do meu coração. Levantei-me, recolhi as lágrimas que deixei cair sobre a carta que me destes e entendi que a única coisa que me resta são elas. As lágrimas.

Lágrimas e talvez uma falsa esperança de ter você além da imaginação e dos sonhos.