quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Inelutável






Atrás dos óculos se escondiam os olhos mais lindos, não pude resistir ao encanto que emanava do sorriso tão meigo e doce; ele pareceu-me um tanto quanto desconcertado, não sei ao certo, mas eu estava gostando de vê-lo assim, sem eira nem beira.
Ouvimos a música que toca na primavera, o sol estava se escondendo, o tempo parou e a saudade que jazia dentro do peito começou a desvencilhar-se.
Por ironia do destino, estávamos no mesmo lugar que nos conhecemos, desajeitada como sou, tropecei e por sorte esbarrei nos ombros mais fortes que me impediu de estar no chão.
Quisera eu tombar algumas vezes e tê-lo para amparar-me e deixar-me em seus braços seguros.

Nas mãos ele segurava a flor que logo colocaria em meus cabelos, sua barba por fazer atraia-me para acariciar sua alva face, pele macia;
eu não sabia, mas estava para receber o beijo mais doce que eu conheci.

Sorrimos, fizemos caras e bocas, desejei que o tempo parasse, escolhemos a nossa música predileta e cantamos juntos para todos ouvirem.

O tempo não podia parar, porque logo ele tomaria o trem que o levaria, mas de alguma forma ele estaria sempre ali, dentro de mim.

2 xícaras:

A Maya disse...

Muito lindo. Parabéns.

Gosto da maneira como você detalha as coisas nos teus textos, sabia?
(apesar de nunca ter comentado em um deles, eu já os li)
É sensível e linda.

Jaya Magalhães disse...

Oi minha gentchê!

Eu fui fuçar o perfil de Will, sabe? Rs. Aí parei aqui. Nunca tinha visitado, e pretendo tirar o atraso. Quando cheguei, pensei: caaaara, tô linkada! Rs. Aí que eu agora encontrei o caminho, e não vou mais me deixar perder. Pode?

Débora,

Seu texto é lindo. A narração da cena, tua maneira de esmiuçar os acontecimentos. (Des)encontro. A beleza de se ter, e um certo doce no amargo das saudades que mora nos trilhos. O trem.

Belo-belo, moça.

Beijocas.