segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A Janela

Mais um passo
Nesse espaço
Tanto espaço
E ainda assim

O mundo é pequeno pra mim

A janela
Forma uma tela
O mundo todo dentro dela

É pequeno pra mim

Olho milhares de fotos
Jornais
Tantos lugares
E nada demais

Não quero ver tv nessa janela
Já nela
Não quero ficar preso
Nela
Talvez por ter vivido só
Eu tenha me feito assim
Eu criei um mundo bem maior
E melhor
Pra mim


Lá-rá lá-rá
Lá-rá lá-rá
Lá-rá lá-rááááááááááááááá


(Quando a escuto sempre imagino diversos jegues com aqueles cabrestos que lhes impedem de olhar os lados, e obedecer reverentemente que o monta.)
By: will _ Temperos e Destemperos

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Perverso


O meu desejo é abstrato
e que permaneça assim;
no dia que se tornar concreto
deixará de existir.

domingo, 3 de agosto de 2008

Vestígio



Chegou de forma serena, eu o esperava, por isso o percebi. Deu-me o seu sorriso e entregou-me os bilhetes que para mim escrevia; balbuciou-me suas canções preferidas (ele ama canções reflexivas), contou-me os seus caminhos, pensamentos e os seus sonhos; Eu também o fiz saber todos os meus segredos, falei sobre os meus momentos e tudo o que me ocorreu enquanto eu o esperava.
Mostrei minhas cartas e poemas, ele tinha sido a minha inspiração. O elegi para ser o meu eterno amante.
Caminhamos juntos em avenidas iluminadas e repletas de flores; as borboletas insistiam em pousar sobre os meus cabelos em busca da flor que ele havia colocado entre os meus cachos.
Éramos bastante ligados, percebíamos todos os sinais que fazíamos, andávamos de mãos dadas cantando em alta voz a música que ouvíamos no nosso primeiro beijo (nunca hei de esquecer aquele momento).

Hoje resta apenas os vestígios dos momentos que vivemos e a saudade do que poderíamos ter vivido.


sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Dos Sonhos Reais


*Imagem Google*

*Ouça a música enquanto me lê*


Essa noite eu tive um sonho de talhar o coracao, daquele que lhe causa uma enorme dor no peito e traz consigo uma vontade incontrolavel de chorar. Minha mãe, que estava no meu quarto, perguntou se eu estava sonhando, porque eu gemia audivelmente.

No sonho eu era amigo de mim mesmo (muito estranho, eu e eu em um único sonho. No fundo achei até criativo). Mesmo sendo estranho era uma parceria perfeita, tinhamos o mesmo gosto, tocavamos violão, riamos das mesmas coisas e instavamos falar do amor de Deus para as pessoas. Um equilibrio perfeito entre espiritualidade e razão, não tinham jargões e clichês, mas uma maturidade e serenidade tão grande que se estampava na face deles. Nesse sonho nós tiramos um fotografia, na foto nós sorriamos. Um vestia uma camiseta branca sem estampa e abraçava o violão com carinho, enquanto o "outro" vestia uma camiseta azul-violeta e com o braço esquerdo abraçava seu amigo. Essa foto foi revelada em tamanho 8x8 e ficaria com um dos "will".

Por algum motivo, não sei qual, eles se separaram. Um deles seguiu com uma bela garota, enquanto o outro partia em sentido oposto, sozinho, somente com a fotografia nas mãos. Lembro de terem se despedido numa cidadezinha do interior, onde as ruas eram de paralelepipedo e o dia era nublado e chuvoso. Foi nesse momento que notei que eu era ambos, só que com destinos e escolha diferentes. Notei também que no momento da partida eu tinha me tornado o solitário, cabisbaixo somente com uma lembrança em mãos, a fotografia e dúvidas na cabeça.

Depois da despedida passei a frequentar algumas igrejas e combater sozinho com veemencia e coragem, o que elas defendiam por certo sem fundamento algum. Com zelo eu não permitia que as igrejas colocassem qualquer julgo sobre os que necessitavam do seu auxílio. Até um dia que foi combatido e envergonhado por um líder de umas dessas instituições. Fui lançado no chão, xingado e menosprezado, tiraram de mim o fervor e a sede de justiça como se desnuda um mendigo moribundo. Foi ali, lançado ao chão, que ainda encontrei forças para retirar do meu bolso aquela fotografia, já com as cores desbotadas, e ouvir a voz do meu amigo que dizia em alto som:

- Lembre-se de mim! LEMBRE-SE DE MIM!

Mas foi exatamente nessa hora, que as emoções do sonho tomavam vida. Eu, ainda deitado, ouvia "LEMBRE-SE DE MIM!" por inúmeras vezes e a cada repetição sentia pancadas no meu peito. Eu podia ainda visualizar nitidamente a imagem na fotografia, dois jovens sorridentes com mesmos objetivos, motivados por um sentimento e uma fé tão genuína, mas que por alguma motivo um deles agora estava tão distante daquilo.

Minha agonia durou ainda alguns minutos, pois ainda ouvia minhas ultimas palavras no sonho.

Jogado no chão eu gritava:

- A culpa foi minha, apenas minha, pois deixei de anunciar a eles suas indescrições, não admostei a Israel sobre os seus erros. A culpa foi minha de ter me tornado egoísta e não me importar com meu proximo. A culpa foi minha, quando usei do meu conhecimento para me tornar soberbo e orgulhoso. A culpa foi minha! - Eu dizia enquanto olhava a fotografia e ouvia minha própria voz.

Consegui enfim acordar, mas demorei alguns minutos para me recompor, pois a vontade de chorar era enorme e a agonia era de amargar, eu sentia o peito arfar e sangrar intensamente.



(Os que conhecem minha história sabem muito bem o que isso significa. Embora seja apenas um sonho me levou a refletir sobre minhas atuais atitudes egoístas e minhas demonstrações de soberba e altivez. Aos meus amigos digo que desejo ficar só por alguns dias.)