quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Amor n#28.

Agora é sangrar até morrer.
Amor,
Te escrever é sempre complicado porque nunca sei como começar. Sempre que começo um história penso exatamente em como ela termina, mas nunca como ela começa. Quando sentei pra te escrever mais uma carta, já sabia como eu ia terminá-la, sem saber como começar.
Sinto sua falta. Hoje foi um dia difícil, na verdade tenho tido dias difíceis desde que você me deixou, mas hoje foi um grauzinho acima. Durante esses dias tive a clara visão de que eu estava sufocando, num quarto escuro, sem janelas, sem ar e com um par headphone no ouvido. Sinto que deixei a minha naturalidade e a minha auto-estima com você desde a última vez em que nos encontramos. Sinto que não sei mais conversar. Sinto que não gosto das pessoas. Ás vezes elas são duras demais. Tão duras quanto você tem sido comigo, amor.
Hoje me peguei amargurada e triste, e há muito tempo não tenho me dado ao luxo de sonhar com o dia em que seremos felizes. A minha capacidade de amar foi proibida por você. Hoje, só peço a sua necessária presença. Que você me diga palavras bonitas, pra que essa sólida parede que se formou entre nós, passe a ser líquida e então, possamos novamente solidificá-la de uma outra forma. Eu tenho tentado. Álias tenho tentado de tudo, mas eu só consigo com você.
Tenho medo do que pode acontecer com a gente com o passar do tempo. Tenho medo do teu silêncio, tenho medo da minha falta de jeito com você.
A vida não é tão dura quanto parece, eu sei. Mas eu só sei o que é vida quando, em raros momentos, você baixa a guarda e carinhosamente faz com que eu me sinta viva.
Hoje percebi que a minha auto-estima foi minada aos poucos, porque eu sempre ouvi o quanto eu sou fraca, boba e infantil. Eu consigo disfarçar bem, sei rir, sei fazer os outros rirem... Mas a verdade é que sinto medo a cada ambiente novo.
Eu não queria te pedir mais nada. Sempre acho que peço mais do que você pode me dar. Eu só quero que você saiba o que eu sinto, pra que, então você possa tomar a decisão mais adequada pra nós dois. Eu preciso de você nesse momento. Não como homem, mas como o meu porto-seguro, o meu lar, o meu equilibrio.
Talvez seja tarde demais. Sinto que não existe mais tempo, a vida nunca dá tempo, como você sempre diz. Esses poucos minutos que me restam quero dividi-los com você, e com a certeza de que eu ainda significo algo pra você.
Sinto não terminar essa carta como você sempre termina, com um suave "até logo", é como se pudessemos ser felizes amanhã. O meu "au revouir" de hoje vai para a vida e toda a sua insignificância.
Eu vou morrer. Todo mundo morre um dia.
Agora é sangrar até morrer.

1 xícaras:

Anônimo disse...

Me perdi nessas palavras e me encontrei na esperança que deixou surgir delas. Essa sou eu!