quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Segredando...


[Talita de Oliveira por Michelly Checucci.]

Corre a boca pequena que Talitinha nasceu de 10 meses em Salvador, capital da Bahia. Optou pelo curso de Letras porque, inicialmente ela se via mergulhada nos livros que ela lia, e criava histórias pra si mesma, assim, nossa querida heroína achava que poderia se afastar das pessoas e ao mesmo tempo conquista-las! Mas sua sensibilidade foi fadada ao ensino de língua inglesa da qual ela se frustra até hoje. Segue seus dias aprendendo desenho, pintura, (comigo! rá!) fotografia, moda e universo feminista. Porém sua maior paixão é tudo o que diz respeito a musica e cultura pop, fazendo com que assim, ela se tornasse uma especialista no gênero, uma espécie de crítica (o feminino ta correto, senhores?) musical não profissional. Com ela é possível passear desde o folk lo-fi dos anos 60 até as bandinhas de sunshine pop britânicas dos anos 00.
Talitinha é engraçada sem ser deselegante, extremamente tímida, ás vezes é boba, sentimental, brega e romântica. Fora isso, como ela mesma diz, até que é uma pessoa legal.

[/Talitinha por Mi.]

Texto escrito por Mi Checucci, uma das pessoas mais incríveis que existe nesse universo super-humano.

Escrito num dia de ressaca moral (segundo ela) e entregue a mim numa folha de caderno amassada, enquanto, tergiversando sobre o nada, dividíamos uma coca-cola na Praça do Campo Grande, curtindo um dia de sol franco.

:)

Trocadilhos de Universidade



Na fila do almoço...

- Olha só, Will. Frango xadrez. Vai querer um pouco?

- Nem! Frango xadrez costuma deixar meu intestino preso. Pode comer.

- Desisto. Isso é comida pra pessoa inteligente.

sábado, 25 de outubro de 2008

Memórias





Deitada no chão com as pernas cruzadas em cima da mesa que fica no centro da minha sala, comecei a lembrar-me de fatos que me ocorreram nesse ano.
Quando eu percebi, estava revivendo o momento em que suas mãos com dedos compridos tiravam meus óculos e delicadamente colocava sobre a mesa; senti novamente você soltando os meus cabelos e procurando os botões da minha blusa de manga longa de cor branca.
Lembro-me das suas mãos a tocar minhas pernas por debaixo da minha saia que tinha o comprimento até os joelhos e sua delicadeza em tirar meu sapato fechado com o bico fino.
Você carregou-me em seus braços e conduziu-me até a cama com lençol branco e liso; retirou a garrafa de champagne que estava na mesinha ao lado e delicadamente serviu as duas taças de cristal que estava por perto. Brindamos não sei o quê.
Sei apenas que em minutos você passava levemente a rosa vermelha sobre meu rosto molhado do momento fugaz que eu estava vivendo. Lembro que meu coração palpitava fortemente e você beijava os meus lábios levemente e sussurrava alguma coisa que ficava no meio do caminho dos meus sentidos.
Suas mãos alcançaram o abajur que estava ao lado e com ansiedade o seu dedo tocou o botão ligando-o em luz baixa. Você sabia como tornar o ambiente arrebatador.
Eu estava como feita em pedra, até então nunca havia vivido algo parecido. Fora como se você tivesse planejado os mínimos detalhes.
Ainda posso sentir sua barba por fazer encostando e movendo-se levemente sobre meu corpo.
Suas mãos exploravam cada parte do meu corpo e afogava-me em um mundo de prazer mútuo.
Eu me sentia perdida e protegida, esforçava-me para recompensar toda sua dedicação em me fazer sua pela primeira vez. Porém você interroupeu a minha tentativa de dizer uma simples palavra tocando os meus lábios levemente com seu dedo indicador e balançando a cabeça em sinal de desaprovação. Você queria ser o dono daquele momento e me fazer sua somente sua.
Suas mãos passeavam sobre meus cabelos enquanto com um sopro como uma brisa você soprava o meu rosto. Eu desconhecia, mas aquela noite de outono iria marcar-me eternamente.
Os meus sentidos se distanciavam cada vez mais enquanto o meu corpo se distribuía em sensações, arrepios e êxtase. Minha respiração ofegante estimulava seu toque pueril e audaz. Naquele momento eu desejei tê-lo dentro de mim, como duas vidas em uma por toda minha vida. Meio pelo avesso deitada sobre o tapete onde eu revivia o nosso prazer eu atravessava tempos e tempos e desfrutava daquele momento algemando todos os segundos e gozando daquele momento tão sublime.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Último Romance

- Sabe que eu gosto de você?
Eu não sei, você é bonita, charmosa, é dona de um humor inabalavelmente positivo e fino, sabe? daqueles que a gente não encontra em qualquer esquina.

- Sabe que eu não gostava de você?
HAHAHA! É verdade! Você me enchia com seus discursos socialistas e tragadas de Marlboro no pátio da faculdade. Não me deixava comer em paz, eu me sentia desconfortável. Na verdade, eu te odiava.

- Isso é sério?

- É, sim!

- Pois eu, quando te vi, achei que você era a garota que eu queria desde que tive idade pra querer garotas.

- Agora, eu gosto de você.

- E o que você gosta em mim?

- Gosto do seu gostar de mim. Isso é pateticamente narcisista e eu, poderia te dar uma explicação totalmente plausível em relação a isso, mas não conseguiria. Na verdade, acho que sou capaz de me apaixonar por qualquer pessoa que goste de mim.

- Na verdade, acho que amo você.

- O bom do amor é que ele é muito universal... Não. Universal não é a palavra... Abrangente é a mais adequada.

- E você, o que sente?

- Eu não sei... Quando estamos juntos sinto uma sensação inexplicável de feliciadade, sabe? Dessas que a gente não experimenta a toda hora. Sabe que eu gosto de você? É. Agora eu vejo como é bom ficar assim, sem fazer nada, falando bobagens enquanto uma vida inteira é desperdiçada do lado de fora.
Eu vou sentir saudades de tudo isso, mas não dá mais. Sinto muito.

(trocamos olhares e rimos juntos, quase gargalhando... um último beijo, aos risos, carinhos e um abraço de um menino que me envolvia em seu casaco como uma concha. Na verdade, amo tudo o que ele é e representa pra mim. He knows.)



*ao meu super-herói, luís cláudio prado.

Alguns Relatos...

"Só para constar, devo aqui dizer que tomei decisões das quais não pretendo voltar atrás.
Por hora, prefiro deixá-las apenas comigo e não escrever nem no meu diário mais íntimo."







"Um beijo de cigarro e um pouquinho de dor"

é tudo o que sinto...

Quando ando no meio de outras pessoas não me sinto bem. O que elas falam e o entusiasmo que demonstram nada têm a ver comigo. O mais curioso é que justamente quando estou na companhia delas é que me sinto mais forte. Me vem a idéia seguinte: se elas podem existir só com esses fragmentos de coisas, então eu também posso. Mas é quando estou sozinha e aí todas as comparações se reduzem a mim mesma contra a história, contra o meu fim, contra as paredes, contra a minha própria respiração, que, então, começam a ocorrer coisas estranhas.

Eu brinco numa relação vazia... Eu durmo no ponto.
Foi quando ouvi: "ninguém irá dizer que vc é uma pessoa de verdade até te verem chorar."

No mesmo dia, relatei a um amigo um assalto que eu havia sofrido um tempo atrás. Ele ria. Ria muito, enquanto eu contava um dos piores momentos da minha vida. Nunca tive tanto medo, e ainda sim, conseguia, não sei como, fazê-lo rir.
Ele me pediu desculpas pelas risadas e se justificou rindo: - Desculpe, Talitinha, mas a forma como você conta...
E então eu disse: - Não precisa se desculpar. Não consigo ser trágica sem ser cômica.

A noite, fazendo o meu balanço do dia, constatei:
- Eu choro muito pra mim mesma, sou uma pessoa evidentemente fraca.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Assento


Hoje eu quero uma gota de lágrima dos meus olhos. Sem motivos. Tristeza sem nome.

Deixo meus joelhos arderem sob o apoio dos meus cotovelos, e o queixo deitado na palma das mãos. Ao franzir da testa observo os transeuntes. Dispersos, antônitos, amantes. Mentirosos, falsos, incompreensiveis. Alheios ao que sinto e o que sou, fingem a felicidade. Ou a descobriram de verdade.

É sim, cada um deles leva uma parte de mim. O riso, a ironia, a paciencia, a sabedoria. Ficam apenas com o que lhes interessam. Eu fico só, acreditando que nenhum deles me conhece de verdade. Me enganam bem.

Não me importa!!

Sinto o coração moído. Pequeno. Indefeso. Cansado de tanto se esconder. Me vejo como uma farsa, um conjunto de atitudes aprendidas. Mas que é a vida se não aprender? Mas que é a vida se não atuar? E nesse baile de máscaras qual cairá por ultimo?

Preciso de alguém para me entregar. Confiar talvez. O que é a estrada do viver se não amar alguém, dedicar-lhe atenção e carinho? Alguém que conheça meu lado péssimo e me diga que compreende.

Isso me soa arriscado de mais. Mas que é a vida...

Se não andar. Deixa eu levantar desse banco. Quem sabe não te encontro no próximo assento? Pode ser do corpo se entregar mais tarde.


A solidão canta, me encanta, me acompanha.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

(Re) Encontro





Acordou ao som do despertador, o relógio marcava 7:00 da manhã. A primeira coisa que percebeu é que tinha dormido por cima das cartas e fotos que havia recebido há 3 semanas atrás.
Levantou-se, calçou os pés em pantufas de urso e dirigiu-se até a cozinha.
Revestida de pouco pudor, e com os cabelos bagunçados, abriu a geladeira e alcançou a garrafa de leite que estava na terceira prateleira.
Dirigiu-se arrastando as pantufas até a varanda de casa. Lá estava o seu cão com pêlos cor de creme ainda dormindo. Abaixou-se e pegou o jornal que por toda manhã era lançado pelo jornaleiro; um lindo e gentil menino de baixa estatura que rodeava a cidade todas as manhãs.
Ainda cambaleando embalada pelo sono que não desgrudava, dirigiu-se ao sofá e ali se despedaçou. Com muito esforço estendeu a mão para a mesa de centro e alcançou o controle remoto. Desconhecendo o que estaria dento do aparelho de vhs, apertou o play.
A pequena dorminhoca de pantufas de urso foi surpreendida por um vhs antigo onde havia registrado os momento mais apaixonantes. Naquele momento perdeu-se no tempo e encontrou-se em seu amor. Lá estava registrado o passeio do parque, o piquenique na praia, a guerra de travesseiros, as declarações surgidas em jantar a luz de velas e os momentos embaixo dos lençóis.
Sorriu. Não fazia noção do tempo que aquele vhs se escondia buscando a oportunidade para mostrar-lhe o quanto ela tinha sido feliz ao lado dele.
Ele que caminhava ao seu lado, que deitados no chão do parque, olhavam o céu e a cada estrela que caia faziam pedidos eternos. Ele, o seu pequeno príncipe sem cavalo branco que havia lhe presenteado com uma corrente de prata com a letra inicial do seu nome. Que por dias as fios lhe deixava mensagens no celular, recados apaixonados na secretária eletrônica.
Reviveu as manhãs que ao ouvir o despertador tocar, lançava a mão ao lado da cama e o acariciava beijando-lhe os olhos. Recordou-se das noites de Natal onde sozinhos, festejavam com vinho e massas. Lembrou-se das canções que tocavam em seu antigo toca disco.
Ela havia se entregado a ele como uma criança ao peito de sua mãe. Assim como uma criança desprotegida se encontrava a pequena morena de cabelos emaranhados.
As horas passaram e ela permaneceu envolvida nas lembranças, lembranças que por vezes arrancava lágrimas doces de seus olhos cor de mel.
Não percebeu quando a porta se abriu, mas ao cair em si, viu que em sua frente estava ele, o seu príncipe sem cavalo branco. Ele que havia partido há 5 meses para servir em uma organização não governamental para ajudar os soldados ferido da guerra.
Ela temia que ele não fosse sobreviver há tantas guerras, armas, atritos. Mas ele voltou e ali estava, parado em sua frente, segurava nas mãos o anel que ela lhe havia dado no aeroporto.
O amor tinha superado a guerra, o amor havia superado a distância, o amor havia superado o medo e o temor.
Ele abaixou-se e de joelhos arrumou os seus cabelos. Como fazia todas as manhãs, deu-lhe um beijo na face.
Respirou fundo e disse: eu voltei minha pequena e prometo-lhe que jamais te deixarei.
Tomou a garrafa de leite que estava em sua mão e colocou as pétalas que havia levado dentro de seu livro. Enxugou as lágrimas da sua pequena com pantufas de urso e ali adormeceram, abraçados, unidos e felizes. Felizes até que o amor os separe.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Janta


Will



Eu quis te conhecer mas tenho que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
Pode ser cruel a eternidade
Eu ando em frente por sentir vontade

Eu quis te convencer mas chega de insistir
Caberá ao nosso amor o que há de vir
Pode ser a eternidade má
Caminho em frente pra sentir saudade

Paper clips and crayons in my bed
Everybody thinks that i'm sad
I'll take a ride in melodies and bees and birds
Will hear my words
Will be both us and you and them together

Cause i can forget about myself, trying to be everybody else
I feel allright that we can go away
And please my day
I let you stay with me if you surrender

Marcelo Camelo

http://br.youtube.com/watch?v=UmH5s4snQRQ
*Vale a pena assitir ao vídeo*