domingo, 14 de setembro de 2008
Momentos
Despertou, era manhã de domingo. Sentiu o clarão dos raios solares, era um dia quente, porém agradável. Estendeu a mão e lá estava ele sorrindo. Sentado em frente à mesinha escrevia mais uma carta de amor. Na verdade a carta de amor era o relato do momento em que se viram. Ambos com a mesma idade na universidade. Ele com os cabelos castanhos claros; ela com fios cacheados e enegrecidos. Foi o momento mais fugaz, surreal, eterno e verdadeiro. Um misto de sentimento invadiu o pátio da universidade. Alegria, tensão, ânsia, paixão; um momento fulgurante.
Levantou-se lhe deu um beijo nos olhos e foi preparar o café. Retornou a cama cantando uma canção de sonhos, trazendo nas mãos uma bandeja contendo um copo de leite, torradas e um lírio. O canto dele era o mais lindo já ouvido; seu olhar penetrante, suas mãos lisas, seu rosto alvo e pele macia, era tudo tão mágico.
O pulsar acelerado, o beijo no ombro, o tocar simples e suave revelava que era um momento único em um mundo particular. Era real.
Abriu o livro que estava próximo e por ironia do destino encontrou o primeiro poema que recebeu da sua pequena. Perdeu-se no tempo e a cada linha encontrava-se no amor. Amor que emanava com o perfume das pétalas secas de rosas perfumadas.
As lágrimas desceram borrando as pequenas letras impressas no papel amarelado com as marcas do tempo. Quieto, concentrado e quase imóvel voltou ao tempo e ouviu a trilha sonora que cantava o amor mais pueril. Submerso no prazer da memória, rendeu-se a doce voz das lembranças. No ritmo de paixão eterna, levantou-se e caminhou em direção a sua pequena. Desejava tocá-la, deslizar-se sobre o seu corpo, sentir toques ardentes de atos inocentes, saborear o beijo mais doce, viver sensações intermináveis.
Acordou. Suspirou com tamanha angústia. Entre gemidos e desesperos ouviu os finos cristais quebrarem-se no chão. Tudo não passou de um sonho. Refém do tempo e do amor não podia gritar o nome de quem tanto ama. Ajoelhou-se em tamanho desespero e desejou ardentemente viver o amor além da imaginação.
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2 xícaras:
Quanta inspiração! Dá gosto ler algo assim, quem me dera escrever com a alma desse jeito...
Débora, você não existe! De tudo tem um pouquinho...nossa!
nossa...
perfeito...
gostei
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