sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Um conto.


Quanta saudade, minha linda. O sono me deixou. Estou embriagado de lembranças. Meu coração são meus dedos pulsando, expelindo, vai-e-vem vaievem. Transpiro suavemente pelos olhos, mas não me ouso enxugar uma gota sequer, deixo que elas percorram a face que um dia quis ser tocada pela suas mãos.

Foi você quem adoçou minhas tardes. Me inundou de versos. Eram das tuas palavras e promessas que eu me alimentava, e eu nao sentia falta de mais nada. Apenas um "Oi" seu era suficiente para eu ter certeza que o destino nos pertencia. Eu lembro, voce pediu para que eu fechasse os olhos para que eu pudesse sentir o seu toque, eu fiz parecendo um bobo. Mais boba foi a brisa que me tocou fazendo-me imaginar que voce transpassou quilômetros de distancia em segundos.

Simples, bonito, pueril e proibido. Foi assim.

Páginas de seu diário. Sua letra em caneta perfumada cor-de-rosa. Seu perfume numa fita de embrulhar presente. Nós bem dados em fitinha marron. Nós que se desfizeram. Seu endereço, convidativo. Lembranças e mais lembranças que lotam o meu guarda-roupas, ocupam o lado esquerdo, dentro de uma caixa azul. De lá saiu nosso passeio na chuva, quando voce saiu do carro ao me ver na beira da estrada. Nossa valsa. Nosso passeio no parque de diversões e o beijo roubado no carrosel. O algodão doce de hortelã, comprado com minhas ultimas moedas.

Nossos rumos são outros, menina-moça, do jeito que eu não quis. Mas caminha que essa estrada é segura, diferente da que nos unia. Improvável pelo mapa.

1 xícaras:

Cristiano Almeida disse...

Gostei muito da suavidade e da ternura do texto. Parabéns, mano.