quinta-feira, 24 de julho de 2008

Singular


Desde que se abancou e em mim cravou seu olhar mortiço, sentado, imóvel e silencioso ele me ouvia, com os olhos mergulhados nos meus , senti seu constrangimento quando em ímpetos de tudo lhe contava sobre o meu amor.Eu pela primeira vez confidenciava a esse respeito. Percebi que enquanto me empolgava pela minha sutil paixão ele não podia disfarçar o seu embaraço e constrangimento; desconheço, mas isso me conduzia a exagerar ainda mais o ardor do meu relato.Contei em minúcias, o caso do meu amor, a minha extravagância e de forma singular atalhei o seu íntimo.Seus olhos despendiam faíscas, seu sorriso era amargo, mergulhando seus olhos nos meus, pela primeira vez sentir germinar em mim o amor incrível. Era a primeira vez que eu o tratava com tanta intimidade.Deixei-me cair sobre o sofá, inteiramente rendida, Para mim foi como se um raio me atingisse, jamais hei de esquecer esse momento tão singular!
...
Privar-me-ia de tão grande satisfação ao tentar abster-me dessa lembrança. Palavras, trocadilhos, gestos, toques, risos, olhares e silêncio, o silêncio mais eloquente e fervoroso de todos. Nunca te disse antes, mas digo agora e nao sei se abuso da figura de linguagem, mas és a única que me causa delírios intelectuais, satisfação cognitiva. Além de belissima, vossa inteligencia é afrodisiaca e luto para conter minha perturbação neural. Um humor fino, requintado, sério e gozado na medida certa. Tu moça, sempre humilde, ensinável, dócil, preocupada, atenciosa. Eu sempre te observei nos mínimos detalhes. Digo também que, por vezes, e ainda agora, desej(o)ei provar seu beijo como um professor e sentir sua mão tocar em minha alva face. Em minhas profundas fantasias quis te mostrar que te faria minha menina com apenas um toque, e que debaixo dessa minha fria capa há um homem de uma única mulher.

(D.B.S/W.G.F)

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