sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

" O troco "




Desculpe a sinceridade, mas você está lutando com as únicas armas que tem.
Diz que é dependente de mim e que eu causei isso; mas eu sei que mulher nenhuma é dependente do que sente por qualquer homem.
Eu quis tanto quanto você, e se eu te tratei da maneira que eu tratei foi porque você permitiu que fosse assim. Mas acabou.
E eu sei que você vai fazer o possível para me reconquistar, para que eu volte a te desejar e olhar pra você, mas para mim esse seu jogo é baixo.
Você pede que eu volte para casa e até expulsa todos os motivos pelos quais acha que eu nao deveria voltar, mas alega que precisa de mim, nao apenas porque me quer, mas porque
depende de mim, isso pra mim, é nao ter amor próprio.
Você se apegou a mim, e até deve me amar, mas procure outra homem para surprir as suas carências.
Você diz que eu sou racional, propõe que por apenas uma noite eu batesse na sua porta com flores , vinho e esquecesse o resto do mundo. Mas comigo as coisas nao funcionam assim.
Diz e insiste em dizer que eu nao dou valor ao seu sentimento, que nao ligo a minima para os seus esforços para me fazer sentir bem mas nao sabes que ainda lembro do momento em que te conheci, da flor em seus cabelos, da cor da sua sandália e do desenho da sua blusa.
Lembro da chuva que tirou a tinta ruiva do seu cabelo , do táxi que pegamos, lembro de muita coisa que nem o tempo fará com que eu possa esquecer, e nao me diga isso que eu digo é apenas mais uma promessa de um canalha disfarçado de um bom rapaz. Você nunca está satisfeita com as coisas que eu faço. Mas as minhas palavras nao eram vazias muito menos soltas ao vento, todas elas tinha um sentido verdadeiro; eu quis mesmo que desse certo, que fosse tudo diferente entre nós.
Eu me guardei pra ti, como um homem fiel ao que sente, fiz tudo do seu jeito, dei o tempo que precisou e entao tive você em meus braços, pele suave, perfume arrebatador e tudo isso em um momento que jamais vou esquecer. Eu te amei em silêncio por 03 anos enquanto você vivia de namoro a namoro, de decepção em decepção e eu quis fazer tudo diferente, mas no fim percebi que o problema nao eram os homens, mas sim você. Você com esse seu jeito possessivo, esse ciume incontrolavel, essa carência sufocante. Eu fui forte, suportei tudo isso calado, tentando fazer com que desse certo. Com você eu quis ser um homem melhor, desejei que você me tornasse assim; mas com o passar dos anos vi que isso nao poderia acontecer, afinal você nao é mais a minha menina de flores nos cabelos e agora eu sou apenas um canalha.

3 xícaras:

Jaya Magalhães disse...

Caaaaara, eu odiei essa mulher, acredita? Sei lá se o rapaz tem razão, mas se ela é assim, tive dó dele.

E isso, isso de se envolver no texto, é coisa da tua escrita, Débora. Virei a história. E adorei você ter sido "eles", do outro lado.

Beijocas.

Renato Ziggy disse...

Ded,
Dos textos teus que li, achei esse o melhor. A fluência de suas palavras foi maravilhosa, a ponto de me fazer imaginar uma pessoa conversando.
Isso é algo muito importante dos textos, porque a leitura se torna um ato agradável, dinâmico, prazeroso. Porque as palavras escorrem feito água. E molham também.
Todavia, achei o homem meio feminino. Não sei se foi porque eu sei que foi você quem escreveu, mas me passou essa sensação.
Abraços,
Ziggy

Jaya Magalhães disse...

Ô, minha gente!

Dá pra alguém atualizar isso aqui, fazenfavô?

¬¬