terça-feira, 19 de maio de 2009

Afinco




Naquela noite (jamais hei de esquecê-la!) me aconteceu algo que julgava irrealizável, apenas uma idéia associada a um desejo violento e apaixonado.Lembro-me bem do seu sorriso e dos seus olhos a brilhar, com o corpo envolto em um lençol. Na banquinha ao lado da cama, um jarro com algumas flores, a janela aberta com a cortina branca sendo soprada pelo vento. Um frio aconchegante. Esse foi o cenário do último dia de Inverno.Ainda sinto seus dedos compridos a tocar a alça do meu vestido sobre os meus ombros, o seu beijo no meu pescoço e sua mão sobre a minha cintura. Você gostava de soprar os meus cabelos. Nada comparado ao nosso primeiro beijo como nossos lábios eufóricos; agora estávamos bem seguros e íntimos. Nossa vida tão cheia de afinidades, nossos gostos em comum, tudo que é nosso em perfeita sintonia. Parecia que íamos pintando um quadro, criando uma história em quadrinhos, não era tão fantasioso como a maioria das histórias de amor, mas era singelo e singular, bem particular.Toda essa lembrança me passa no lapso dum segundo e de súbito explodo em risos e lágrimas; um misto de sensações. Penetro o seu olhar apaixonado, continuo a sorrir maliciosamente, você se entregou de uma forma tão efusiva, penetrou-me a alma.
Não me encontro decerto em meu estado normal, mas compreendo esse meu desvario. Você se entregou a mim, permitiu-se me amar.

1 xícaras:

Jaya Magalhães disse...

Propor-se ao outro, é o que faz sentimentos assim serem possíveis, em letras. Adorei a intensidade no texto, Débora.

Tava com saudades de te ler.

Beijo.