quarta-feira, 29 de julho de 2009

Amanda

Eu ainda tento me recompor ao pensar em suas mãos apoiadas em meu tórax e no seu corpo repousando sobre o meu, um repouso dinâmico. Uma contradição que só você sabe ser, que só você sabe causar. De espanto e prazer, medo e confiança.

“Não tenha medo”. É o que você me diz. É o que você sabe dizer. O faz com uma doçura que aprendeu consigo mesma. Numa destreza que é só sua, me olhando com ternura de uma flor e com a eficiência de um guerreiro você desvenda minha alma, transpassando-a feito lâmina me expondo sem saber, minhas luzes, trevas e cicratrizes. Você já me conhece sem saber. Eu já sou seu despojo, seu carinho, seu companheiro, seu amor.

Você entrou aqui com aquele vestido violeta-desbotado, sem alça. Com a confiança no seu sorriso constante, coragem sobre os ombros expostos, intrepidez nos olhos alvos e uma experiência no compasso dos pés que você faz questão de esconder.

E eu que nada sei sobre isso tudo. Um menino leigo completamente ignorante. Só me faça deitar no seu corpo quente e escorregadio. Enquanto eu ouço o seu melhor verso de hoje; “Não tenha medo”.

4 xícaras:

A Maya disse...

Lindo, delicado, preciso e envolvente.

Caroline Fortunato disse...

Fofo...

Talita disse...

intenso e delicado... como todo amor deveria ser!
muito bom!

Jaya Magalhães disse...

De uma sutileza que eu desconhecia, Will. Bonito. Me lembrou grama verde, céu azul, e arco-íris.

Doce.